01/03/2021 às 13h09min - Atualizada em 01/03/2021 às 13h09min

Naufrágio do Anna Karoline III completa um ano; famílias das vítimas lutam para que caso não caia no esquecimento.

Seis pessoas foram denunciadas pelo naufrágio que aconteceu na madrugada do dia 29 de fevereiro de 2020 na boca do rio Jari, região sul do Amapá.

Da Redação
Foto: Maksuel Martins/Secom
Um ano após o naufrágio do navio Anna Karoline III, que matou 40 pessoas as famílias das vítimas cobram justiça e penalização dos responsáveis pela tragédia.

Seis pessoas foram denunciadas pelo naufrágio que aconteceu na madrugada do dia 29 de fevereiro de 2020 na boca do rio Jari, região sul do Amapá.

De acordo  o inquérito policial, 51 pessoas foram resgatadas com vida.

O navio saiu por volta das 18h do dia 28 de fevereiro de 2020, do porto de Santana, no Amapá com destino a Santarém, no Pará. A previsão de chegada em Santarém era às 6h do domingo, 1º de março. Mas a viagem foi interrompida na madrugada do dia 28, próximo à Ilha de Aruãs e à Reserva Extrativista Rio Cajari, no Rio Amazonas, numa região a 130 km de Macapá, em um local de difícil acesso e comunicação.

O comandante da embarcação  fez o pedido de socorro às 5h do dia 29 de fevereiro, mas o resgate só chegou por volta de 14h.



Segundo o delegado Victor Crispim, da 1ª Delegacia de Santana, que presidiu o inquérito, os indiciados são o comandante dono do navio, tripulante, despachante, dois militares da Marinha e o proprietário de uma segunda embarcação.

Ainda segundo o delegado, as investigações apontaram como fator determinante para o naufrágio a sobrecarga, excedida em 70% no dia da tragédia.

Em março do ano passado o navio foi içado de uma profundidade de 12 metros e trazido para Santarém. Dias depois, restos mortais de uma criança vítima da tragédia, foram encontrados dentro de um dos camarotes da embarcação.



Leidiane Miranda perdeu os dois filhos no naufrágio: João Júlio, de 5 anos e Alice Jaqueline, de apenas 3 anos, que viajavam em companhia de uma tia, após terem passado alguns dias com o pai em Macapá. Apenas o corpo do menino foi encontrado. Leidiane espera que o caso não caia no esquecimento.



“Já se passou um ano e até hoje a gente não sabe o que as autoridades estão fazendo, o que vai ser resolvido, estamos tentando lembrar todo mundo cada vez mais, para que isso não fique impune. Sete pessoas foram indiciadas, mas depois ninguém ouviu falar mais nada dessa tragédia”, declarou.

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