Um pedido de desarquivamento do Inquérito Policial Militar (IMP) solicitado pelo Ministério Público Militar (MPM) em Brasília também foi deferido pelo juiz federal da Justiça Militar, em razão de novas provas surgidas a partir de quebras de sigilo telefônico e telemático.
Em nota, a FAB reiterou que atua para coibir irregularidades e que “repudia condutas que não representam os valores, a dedicação e o trabalho do efetivo em prol do cumprimento de sua missão institucional”.
Sargento condenado
Em 24 de fevereiro deste ano, a justiça espanhola condenou o sargento Manoel Rodrigues a seis anos de prisão pelo tráfico de 39 kg de cocaína.
Inicialmente, o Ministério Público espanhol buscava sentença de 8 anos de reclusão e multa de de € 4 milhões . A promotoria decidiu abrandar o pedido depois que o sargento assumiu os fatos e pediu perdão ao Estado e ao povo espanhol.
Rodrigues se declarou profundamente arrependido. Ele afirmou que só concordou em traficar cocaína porque estava em dificuldades econômicas e que um militar no Brasil não ganha um bom salário.
Salve Jorge
Ente os presos que tiveram a preventiva mantida está o 2º sargento da FAB Jorge Luis da Cruz Silva, que até fevereiro deste ano trabalhava como assessor especial no gabinete do vice-governador do DF, Paco Britto. O militar foi exonerado pelo vice assim que começaram as investigações.
Conhecido como “Salve Jorge”, o militar é apontado nas investigações por supostamente ter participação no tráfico internacional de drogas. Ele teve cerca de dez mil votos nas últimas eleições quando disputou uma das cadeiras na Câmara Legislativa. Apesar do desempenho, não foi eleito.
Cruz Silva também é suspeito de ser um dos organizadores de um bingo clandestino que funcionava no Paranoá, conhecido como Rota Certa. O local foi alvo de operação da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) em dezembro ano passado, mas voltou a operar em 2021.