A mesa redonda desta manhã, intitulada”Intelectuais Indígenas: protagonistas na produção do conhecimento científico”, foi composta pelos professores e alunos indígenas Murué Suruí, Tiapé Suruí, Concimar Sompré e Nivaldo Tembé, que dividiram experiências sobre ensino superior com pesquisadores e alunos da área.
Os povos indígenas têm direito a uma educação escolar específica, diferenciada, intercultural, bilíngue/multilíngue e comunitária, conforme define a legislação nacional que fundamenta a educação escolar indígena. Seguindo o regime de colaboração, posto pela Constituição Federal de 1988 e pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), a coordenação nacional dessas políticas é de competência do Ministério da Educação (MEC), cabendo aos estados e municípios a execução para a garantia deste direito dos povos indígenas.
A professora Murué Suruí, também egressa da primeira turma de Licenciatura Intercultural Indígena da Uepa, defendeu a adequação das instituições de ensino superior à realidade dos povos. “Acho importante mostrar nosso lado como aluno indígena, nossos saberes, nossos conhecimentos em relação à universidade. Como aluna, foi muito importante, por exemplo, o respeito da Uepa em ir até nosso povo, e podermos fazer essa troca de conhecimentos no próprio lugar em que moramos”, afirmou.
Migração – Um painel para discutir a migração Warao no Estado é uma das novidades do VIII Seminário Grupo de Estudos Indígenas da Amazônia (GEIA). O encontro com representantes de instituições correlatas ocorre às 16h desta quinta-feira e contará com a presença do Procurador da República, Felipe de Moura Palha e Silva, além das professoras Adriana Silva e Júlia Cleide de Miranda.
Para a professora Joelma Alencar, líder do Grupo de Estudos e coordenadora do Núcleo de Formação Indígena (Nufi) da Uepa, a importância do evento está na visibilidade da questão indígena frente aos desafios da educação intercultural. “O seminário possibilita a cada ano a socialização e a visibilidade da produção e do conhecimento nas temáticas indígenas desenvolvidas pelo grupo, além de potencializar a formação dos pesquisadores de povos indígenas”, defende.