Enquanto ingenuamente nos divertimos com as festividades de final de ano e discutimos se irá haver carnaval ou não, parte do mundo continua a desenvolver maquinações contra a Amazônia e o Brasil usando como argumentos as alterações climáticas. A sensação que se tem é que o Brasil é uma ilha no planeta marte isolado do resto do mundo em consequência acreditamos que jamais será atingido pelas alterações da geopolítica que vem ocorrendo.
Na medida que aumenta a produção do nosso Agro ameaçando de forma concreta os donos do comércio internacional um novo pesadelo é responsável por noites mal dormidas dos nossos adversários. No passado havia cobiça sobre a Amazônia em razão de suas riquezas, todavia, diante do fracasso de todas as ações desenvolvidas até hoje para reprimir qualquer tipo de atividades na região a ganância está se transformando em medo no limiar do pânico.
O porquê do medo não é difícil de explicar. Diariamente cientistas mundo afora despertaram e começaram a contestar as bases frágeis do ambientalismo e das mudanças climáticas causadas pelos seres humanos oriundos da ONU, que disfarçadamente, vem utilizando os braços longos do IPCC. Tais argumentos vem, ao longo do tempo, impedindo uma maior performance do nosso Agro e o desenvolvimento do nosso país.
O que assusta os nossos adversários é que derrubados os argumentos da ONU o nosso país, finalmente e definitivamente, se libertará do jugo das nações colonialistas e que a Amazônia Legal, que representa 51% do território do continente brasileiro, se converta nas novas fronteiras do crescimento econômico do nosso país. Agora, meu caro leitor, com o uso de apenas 49% do nosso território já somos uma grande ameaça aos tradicionais donos do mundo imagine se agregarmos o restante e começarmos a produzir. Por favor, me digam que não é assustador 100% do nosso país produzindo.
Paralelamente existe um outro fato que está totalmente, por ingenuidade, fora das nossas cogitações – O Brasil, através da Amazônia é a porta de entrada para a conquista e domínio da América do Sul. Este é um sonho tão sonhado pelos países colonialistas que até os incomoda. Por favor, em nenhum momento, imaginem que se trata de um sonho impossível. Há precedente histórico citado por Clóvis Carneiro em artigo recente:
“Durante a década de 1870 e os primeiros anos da de 1880, países europeus como Grã Bretanha, França e Alemanha começaram a olhar para os recursos naturais da África como suprimento para seus setores industriais florescentes, considerando o mercado potencial de matérias primas para a produção de suas fábricas.
Como resultado desta visão, esses governos buscaram salvaguardar seus interesses comerciais na África, enviando emissários ao continente para tratativas com líderes tribais ou seus supostos “representantes”. No intuito de resguardar as posições alemãs, mas mostrando-se “desinteressado”, o chanceler Otto von Bismarck organizou a Conferencia de Berlin, no período de novembro de 1884 a fevereiro de 1885, dividindo o continente africano entre as potencias europeias. Participaram da Conferência treze países europeus e os Estados Unidos.”
Também recentemente pudemos testemunhar alguns fatos que deveriam nos deixar de ‘orelhas em pé’. Em 25/09/2021 foi publicada uma matéria sob o título ‘ONU apela para países do Conselho de Segurança na luta contra as mudanças climáticas’, pelo site RBA-Rede Brasil Atual, que transcrevo parte do texto:
“O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, convocou uma reunião na última quinta-feira (23) com os Estados-membro do Conselho de Segurança da ONU — em pauta, a preocupação do órgão com as mudanças climáticas. O encontro fez parte de uma série de iniciativas que antecedem a 26ª Conferência sobre as Alterações Climáticas (COP 26). O evento mais importante sobre crises climáticas desde o acordo de Paris de 2015 está previsto para novembro, em Glasgow, na Escócia. “Nossa janela de oportunidade está se fechando rapidamente”, argumentou Guterres.
O argumento central de Guterres para o alerta partiu do relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima (IPCC). O documento divulgado no dia 9 de agosto traz uma série de estudos e métricas que apontam para a irreversibilidade dos danos provocados pelo ser humano no equilíbrio do clima. “É necessária uma ação climática muito mais ousada para manter a paz e a segurança internacionais”, disse Guterres aos líderes dos cinco membros permanentes do Conselho e mais 10 eleitos com mandatos de dois anos.
Guterres alertou que o mundo passa por um período de enchentes e incêndios. Os eventos extremos devem ser cada vez mais constantes sem uma ação dura no sentido de reduzir bruscamente a emissão de gases do efeito estufa. “Nenhuma região está imune e a crise climática é particularmente profunda em situações onde existe agravamento por conflitos”, disse. Diante disso, ele instou que os países ampliem significativamente os esforços, em especial países do G20, grupo das 20 maiores economias mundiais com maior grau de industrialização.
A reunião contou com mediação do primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin, que destacou a importância do Conselho de Segurança assumir uma posição de protagonismo nesse enfrentamento. “As pessoas afetadas por conflitos causados pelas mudanças climáticas dependem da liderança deste Conselho. Agora é o momento de agir”, disse.
Guterres, por sua vez, saudou a fala de Martin, e apontou para resultados já alcançados em locais de influência do Conselho. “O Mecanismo de Segurança Climática está apoiando missões de campo, equipes nacionais e organizações regionais e sub-regionais. O trabalho está ganhando força em países e regiões onde o Conselho de Segurança reconheceu que as mudanças climáticas e ecológicas estão minando a estabilidade”, finalizou.”
O fato do Conselho de Segurança da ONU ter apreciado a proposta da Irlanda, que continua a ser um país membro da UE, e do Niger, um país africano com grande influência europeia, de transformar a questão climática como de segurança internacional é preocupante. Caso o Conselho tivesse aprovado, a Amazônia ficaria no centro da questão em razão da sua alegada importância para o clima do planeta, seria declarada área de segurança internacional e o próximo passo seria a intervenção das forças de segurança da ONU. Decisões desse gênero carecem de unanimidade. Felizmente a Rússia vetou a proposta, a Índia votou contra e a China se absteve, os 12 demais países do Conselho foram favoráveis, inclusive os EUA.
Cada vez mais a possibilidade de intervenção na Amazônia por forças armadas estrangeiras deixa de ser uma mera teoria conspiratória. É preciso que as nossas forças armadas reforcem a atenção em defesa da Amazônia.