Apesar de sempre ter sido um crítico muito forte de outros governos, você próprio como presidente tem procedimento para lá de idêntico a eles. Como todos, você também nunca procura causas e motivos de acontecidos danosos. Sua administração é sempre um desvairo e ou emoção. Diferentemente de todos, você faz até puta propaganda com problemas, dificuldades, sofrimentos e até tragédias nacionais, gostando de mais aparecer como um santo remédio, do que propriamente saber e aprender razões e causas dos acontecimentos, ainda que mesmo sabendo, que tudo se repetira. Na política só instante importa.
Toda essa mágica televisiva e jornalística que você tanto empregou em mostrar negativas situações amazônicas, ao mundo, de nenhuma delas a ninguém, nem a própria imprensa foram esclarecidos seus motivos. Assim, vamos pontuar algumas coisas para que o Brasil entenda melhor, embora o alcance da nossa Gazeta, cá no Amapá, seja infinitamente menor do que a nacional hoje embalada por grossas verbas governamentais.
Como o assunto e bola da vez, como sempre é a Amazônia, hoje representada por Roraima, mas, nunca com seus 29 milhões de habitantes, e sim com seus grupamentos indígenas, vamos procurar, através deles, berços e origens dos males.
Até 1988, constitucionalmente era vetado áreas de reservas patrimoniais a indígenas, a menos de 50km de nossas fronteiras. Assim, Presidente, com segurança, lhe direi que todas logísticas, apoios, pistas de pouso e meios de sobrevivência, existentes a oeste de Roraima foram estabelecidas por aptidões, talentos e iniciativas privadas. A própria pista de pouso do Surucucu, exibido ao mundo com seu espetacular e novo hospital lá instalado, foi por nós construída na década de 70, como todas as demais assim o foram. De governo, nenhum jamais compareceu ao criar um só polo de assistência a ninguém, quem dirá a então anônimos índios. Mas, vou excetuar uma aqui, a esquecida ilha de Maracá, que nobres piratas e pesquisadores ingleses ocuparam por tantos e tantos anos e que hoje lá se encontram o MCbio, Ibama, agora acompanhados da Polícia Federal.
Os inter-flúvios Catrimani, Couto Magalhães, Uirariquera realmente sempre foram habitados pelos então nômades ianomâmi. Nos altos do sistema Parima só bem depois da chegada dos ditos garimpeiros e outros interessados.
Assim, Presidente, bem esclarecido fica que sempre existiu uma atenção seguida de ocupação mais que cinqüentenária a toda aquela região.
Assim dito, vamos a questão interessante dos por quê doentes?
Se você e sua gente na administração estiverem dizendo que são os humanos garimpeiros, que teriam adoecido aquela comunidade indígena, vocês com as suas responsabilidades, mais que todos, responsáveis seriam sim, pela obrigação de todos, a tratar destes homens com direitos e que são tão nacionais como todos e quaisquer um. Melhor até eles merecem, pois, a conquista do país partiu de gente como eles. Poderíamos até taxar de crime de prevaricação omissão, porque se a presidência entende que eles transmitem qualquer enfermidade por assim estarem, confessando saber disso, e não os havendo tratado; o que dizer disso?
Mas, na realidade, presidente, desde o começo, aconteceram irresponsabilidades administrativas. No passado, entregaram futuros indígenas em mãos de catequistas, “cuidadores” de fé e credos próprios, que não lhes deram nenhuma transferência de saber da saúde, higiene ou cultura a tempos e consumos modernos. Imaginavam sim, que até o avanço cientifico e a medicina com seus remédios seriam monopólios nossos. Mesmo assim, veja a diferença na própria etnia ianomâmi, do Amazonas do alto Rio Negro aos ianomâmi de Roraima. Os primeiros, visivelmente saudáveis, cuidados por Ordem Salesiana, missão religiosa inteiramente apolítica, os outros pela Consolata, organização italiana que abriga ideologias, divisionária, não possuindo nenhum conceito ou respeito ao que seja nação, principalmente acá em nosso Brasil.
E aí está o berço da doença deles. Uma sexta chaga ao corpo de Cristo. Mas, não sendo nós nunca a causa la…
A justificar, as áreas de nosso país, para onde acorreram, fugindo aos “malvados” conquistadores espanhóis, nunca foram boas para receber vida humana, como já disse em muitos outros escritos. Nelas a ausência da vitamina C, as tornam mortais ao fazerem companhia a alimentação inteiramente precária, deficiente e muito diferente das existentes nas terras da bacia do Orinoco. Além disso, o não preparo para o momento de aproximação aos não índios, passando a tê-los como provedores em suas deficiências, coisa nunca suficiente, fez acontecer o que tinha que acontecer.
Mas, presidente, aos ianomâmi “salesianos”, que bem conhecem a arte garimpeira, os cuidadores tiveram iniciativa de fazerem cultivo e outros provimentos para alimentação e sanitários, a começar em domar a cultura no sentido de não auto contaminarem os lugares onde habitam. Os Consolatas, esses, até autoridades maiores daquele grupamento religioso, impunham que não se podia mexer em seus hábitos e costumes, abrangendo também os alimentares, deixando inclusive o continuado uso das folhas de epadú, entre o lábio e a gengiva inferior, que não são outra coisa que cocaína organica. Não é engraçado que nisso nem tocam?
Garimpeiros da década de 80 ao se retirarem deixaram plantados maracujás, laranjas, faltando tão somente a acerola, mas opinaram que sabedores da má dependência criada, deveria o governo prover-lhes de galinhas, porcos e nas pistas abandonadas pelo garimpo, verdadeiros pomares. Jamais fizerem isso e o que o foi deixado, foi cortado e erradicado, dizendo que seriam culturalmente intocáveis. Isto, mesmo sabendo tradições mortais.
O próprio convívio, os ianomâmi são consideráveis em matéria de sexo, invejáveis mesmo, o problema é que perdem muitas mulheres como sempre pela tradição, porque elas vão a parto sozinhas no mato e muitas morrem de infecção uterina. Agravando tudo, o real costume deles para atendimento de suas necessidades, em sempre roubarem mulheres uns dos outros. Tem comunidade que tem vinte e sete “machos” e duas “fêmeas”.
Piorando mais ainda, de forma quase geral, a mulher (índia) se torna pronta ao sexo a partir da primeira menstruação, coisa aí de 12-13 anos. Porém, como eles tem membros impacientes, praticando sexo com crianças que menstruam aos 10-11 anos, muitas chegando precocemente a maternidade. Interessante é que a câmera da repórter da grande televisão mostrou crianças com bebês ao colo, e nenhum comentário fez.
É certo não existir ausência de Deus naquelas paragens, mas de administração responsável, a ausência é total, e sempre foi assim.
Não é só um palpite que dou, presidente, considere uma ajuda, os ianomâmi precisam muito mais de quem os cuide, que de quem os trate, apenas para mostrar ao mundo em redes de televisão. Assim, comece a prover a área de acerolas, laranjais, limões, maracujás, seguidas de uma boa educação sanitária. E que lhes tirem os bichos de pés e mãos. E num ensinamento todo especial contra a malária presidente, é que na Amazônia como um todo, a escassez de sapo é muito grande; por isso qualquer água empoçada por vazantes de rios ou mesmo resultante de trabalhos garimpeiros, torna-se paraíso a que mosquitos anofelinos transmissores ali semeiem suas larvas.
Repetindo dica ao Presidente, mande buscar sapos lá na terra do Ciro Gomes, Sobral, já fiz isso e deu certo que só…além de bonitos, são de língua predadora igual a dele.
Jose Altino Machado
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Macapá, 30 de abril de 2023