Professora na Especialização em HOF da ABO-APEntre 25 e 30 anos, a produção de colágeno decai e perdemos mais de 1% ao ano do existente na pele, aos 50 anos produzimos 35% do necessário. As fibras de colágeno e elastina não são produzidas como antes e se desorganizam, deixando a renovação celular irregular. A perda da firmeza da nossa pele é decorrente desse fenômeno e acarreta diversas consequências bastante indesejadas, como a flacidez facial e as ptoses (acentuamento do sulco nasogeniano, o famoso “bigode chinês”, formação do sulco mentolabial “rugas de marionetes”, etc). E apesar de não haver uma fórmula milagrosa para impedirmos a ação do envelhecimento, felizmente possuímos alguns procedimentos que podem nos auxiliar a retardar ou até prevenir estes processos, como os bioestimuladores de colágeno, entre eles destacando-se os Fios de PDO (Polidioxanona) que são biocompatíveis, absorvíveis e estimuladores de colágeno.
Dentro dessa categoria de fios, ainda possuímos uma subcategoria, que se trata do Modelo de fio: fios lisos, fios espiculados (com garras), fios em cones, fios parafuso, etc, cada qual com uma determinada finalidade. Os fios lisos, por exemplo, são os fios mais simples, que atuam de forma mais superficial, apenas estimulando colágeno e melhorando a qualidade da pele, porém não são capazes de promover LIFTING. Já os fios espiculados/cones além de apresentarem um efeito rejuvenescedor, são capazes de promover uma suspensão dos tecidos caídos.
O efeito de rejuvenescimento promovido pelo procedimento de implante de fios pode ocorrer de duas formas. A primeira é através da inserção dos próprios fios, pois a tração mecânica produzida pelas “garras” que se fixam nos tecidos da face, são capazes de promover o efeito de sustentação, puxando os tecidos e, portanto, acarretando um efeito imediato (porém leve) de lifting – amenizando a flacidez (os fios de PDO mantém 70% da sua força de tensão aos 28 dias), ocorre também a melhora da circulação local (angiogenese). Além disso, a Polidioxanona, o material que compõe o fio, é uma substância capaz de estimular a atividade das fibras elásticas e dos fibroblastos (células indutoras de colágeno) durante todo o período em que o fio estiver implantado nos tecidos. A completa absorção ocorre entre 4 a 8 meses. Percebe-se uma pele com mais firmeza e tonus aumentado, podendo esse novo colágeno permanecer por até 2 anos.
Esse procedimento é indicado, principalmente, para pacientes que já apresentam certa flacidez tecidual ou que desejam prevenir sua ocorrência. É importante também observar que cada indivíduo apresenta esses sinais de flacidez em graus e idades diferentes, porém, é possível realizar o procedimento a partir dos 25 anos.
As áreas de maior recomendação para o procedimento de implante de fios são:
– Contornos do rosto (malar, mandíbula, etc) para redefinição
– Sulcos faciais (“bigode chinês”, “linha de marionete”, “bochechas de buldogue”)
– Pescoço e papada
Além dessas regiões, ainda é comum observar a utilização de fios em áreas como glabela (entre sobrancelhas), olhos (“pés de galinha”), arqueamento de supercílio (fox eyes), sustelifting de ponta nasal e tratamento das rugas ao redor da boca (código de barras).
Contra-Indicações:
– Grávidas e lactantes
– Herpes dentro do período de 15 dias
– Doenças infecciosas agudas (gripe)
– Inflamação local nas áreas tratadas
– Alteração no processo de cicatrização (quelóide)
– Uso de ácidos ou peeling químico
Trata-se de um procedimento não cirúrgico, minimamente invasivo e realizado com anestesia local. Após a determinação do planejamento do tratamento e a marcação do mapeamento facial (individual para cada paciente), os fios são inseridos via microcânulas na camada SMAS (Sistema Muscular Aponeurótico) através de alguns pertuitos realizados na face. Como as microcânulas são bem finas, as perfurações costumam fechar-se imediatamente, sem deixar marcas ou cicatrizes.
Assim como em qualquer procedimento estético, a inserção de fios no rosto pode causar um leve inchaço e vermelhidão, além de prováveis hematomas nos pontos de pertuito para a entrada das microcânulas. Esses efeitos desaparecem dentro de alguns dias, porém é recomendável realizar compressas geladas nas primeiras 24 a 48 horas pós procedimento para o alívio dos sintomas.
Também é recomendado evitar massagear, pressionar (ex: dormir em cima do rosto) ou realizar movimentos excessivos na região tratada por aproximadamente 3 a 5 dias. Do mesmo modo, durante esse período também não se deve realizar exercícios físicos muito intensos que possam prejudicar nos resultados do procedimento.
Os tipos de fios e a quantidade a ser utilizada dependerá do grau de flacidez e da área a ser tratada, além do critério de avaliação realizado pelo profissional especialista em Harmonização Orofacial.
Convidada: Dra. Cátia Silveira
Cirurgiã-Dentista CRO AP 45
Especialista Em Endodontia
Especialista em Harmonização Orofacial
Professora na Especialização em HOF da ABO-AP