Em qual tempo? Qual lugar?
Os pés descalços no chão, os olhos sem vendas nas nuvens…
Que lugar é este? Quando chegamos?
No entorno, fixo meu olhar nas folhas que estão a flutuar.
Flutuar no ar com seus tons cobres ou acobreados rumo ao solo – destino.
Destino ou desatino? Uma taça de fel ou de vinho – o espetáculo é lindo!
Qual estrada devemos trilhar?
A jornada recém iniciou ou já é finda?
Canta Caetano o som reconvexo rumo ao cálice com cajuína.
E nós, qual o som que nos inspirou? Quais palavras trazemos expressas?
Expressas ou impressas nas retinas, nos solos de violas e violinos
ou nas paletas e telas clandestinas em Israel ou na Palestina.
Israel e Palestina de temporais de arreias, terras não férteis, incertos desertos.
Lugares estéreis de compaixão, misericórdia, humanidade e alegrias – desertos
Onde a reta, onde a esquina para dobrar rumo ao novo destino sem os fardos das culpas, medos e ódios com que arrebanham os escravos de trajetórias nada sublimes.
De onde estamos vindo? Para onde estamos indo?
Houve desolação e lama em Mariana, haverá cratera e tremores em Maceió.
Onde a explosão da próxima mina?
E a Amazônia e o cerrado em chamas alucinam.
Onde atua a mão do homem não é destino, é maldade e desatino ferindo a teia do delicado e perfumado tecido da vida.