À beira-mar, à beira-mar, à beira-mar onde estou com o olhar fito no infinito ricocheteiam teias de lágrimas benditas, outras esquisitas, e as gotas d’água são respingos de estrelinhas no ar a bailar…
A bailar em doce caminhar de encontro à marejada e mergulhar no sal de sua espuma, suas vestes de rendas vindas da imensidão líquida a diluir-se de encontro as areias para me abraçar.
Entregar-se, ser envolta e rodopiar em suas franjas cristalinas sem resistência já exausta de longa abstinência dos caminhos à beira-mar iluminados pelo espelhar do céu no mar e no translúcido areal.
A mente voa, à beira-mar, o corpo mergulha, à beira-mar, nos sonhos e utopias repletos de ousadia à Luz do dia. Rezo, então, Ave Maria!!! Senhora das maravilhas do amor que irradia, raios dourados à beira-mar.
À beira-mar, o marulhar se faz ouvir sem nos calar. Mergulho, então, na imensidão da canção do mar. Ele a traz de longas jornadas, do bater nas rochas, do dedilhar ao vento seus violinos argumentos de viajar e por novos mundos buscar ou novos seres buscar.
À beira-mar a memória aflora, seus sons ora murmúrios soprados aos ouvidos dos viajores navegadores, ora rugidos a desvendar destinos do outrora ou do agora sob a superfície as entranhas das eras vêm revelar em lembranças de trechos do caminhar que se edifica no verbo Amar banhado em Luz do Sol, das estrelas e floreios de luar.