Trago pérolas e diamantes para jogar na peneira de prata. Vou joeirar pó de estrelas e de barrancos ao compor a canção do acalanto.
As artes são suprapartidárias. Elas revelam as essências em transparências e desenham as sombras e luzes de seu tempo.
Já se perguntava o poeta, lá pelos anos 1970,
“Quem escreverá a história do meu tempo? Onde?”
Em qual muro a Guernica de nossa época será retratada sem falsas sombras ou brilhos inconsistentes?
Entre a tua verdade e a minha… qual a verdade verdadeira?
A do menino descalço sem pão, sem chão, sem teto e talvez até sem pai e mãe?
Ou a do que atravessa com motorista, em carro blindado, as esquinas da av. Paulista?
Há bolhas. Sim há bolhas intransponíveis. Sofríveis. Dispersas e dispersantes são geleiras aniquilantes da bondade e estima.
Nesta nau de incompreensões e amotinados, é preciso mais do que coragem para romper os tecidos tênues das ilusões e dos estigmas criados e recriados ao sabor dos vetos e interesses clandestinos.