O advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Paulo Cunha Bueno, criticou, na tarde desta quarta-feira (23/4), a citação de seu cliente numa UTI de hospital após uma transmissão ao vivo. Ele reclamou do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Bolsonaro foi tornado réu em investigação sobre susposta tentativa de golpe, na qual ele é apontado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como líder da organização. O chamado núcleo 1, do qual Bolsonaro faz parte, tem mais sete pessoas.
Bueno alegou que o ex-presidente foi surpreendido com “a inédita diligência do oficial de justiça”.
“Digo ‘inédita’ porque o Código de Processo Penal é explícito em determinar a impossibilidade de realização de citação de doente em estado grave, condição que, é notório, lamentavelmente hoje acomete o presidente”, disse o advogado em publicação nas redes sociais.
Bueno também questionou por que Moraes decidiu citar Bolsonaro enquanto ele estava internado na UTI. Além disso, reforçou que a defesa vai responder à intimação dentro do prazo de 5 dias estipulado pelo ministro.
“Tenho dito e redito ao longo dos últimos dois anos, período em que venho patrocinando a defesa do presidente, que decisões dessa ordem e com esse grau de excepcionalidade não colaboram — aliás, prejudicam —, sobremaneira a credibilidade de uma ação que, dadas as suas características singulares, será sempre testada e questionada em relação à observância do devido processo legal”.
O ex-presidente, Jair Bolsonaro (PL), divulgou, nesta quarta-feira (23/4), um vídeo de 11 minutos com o momento em que ele assina uma intimação do Supremo Tribunal Federal (STF). Bolsonaro recebeu a visita de uma oficial de justiça na unidade de terapia intensiva (UTI) do hospital DF Star, onde está internado após ser operado para tratar de uma obstrução intestinal.
A gravação divulgada pelo ex-presidente tem mais de 11 minutos de duração. Durante a intimação, Bolsonaro faz uma série de questionamentos sobre ato dentro de uma unidade de saúde. “A senhora tem ciência que a senhora tá dentro de uma UTI?”, perguntou ele.
“O problema que eu tenho não é simulação. Eu levei uma facada há sete ano, tenho problema até hoje. Graças a Deus me salvei novamente. Se demorasse mais um pouquinho, eu teria morrido”, diz ele.
Fonte: Metrópoles