Ainda essa semana ao ouvir entrevista de Supremo, coisa hoje tão corriqueira, recordei-me da última campanha presidencial. Em um hilario episódio disse o atual presidente vencedor ao mais tarde derrotado “ele não manda nada, mas eu vou mandar”.
Nem sei o porquê, senti ali todo o prenuncio do mal que aquilo haveria de causar. O cargo em disputa não era e jamais fora para mandar e sim dirigir administrando de modo harmonioso e em conjunto com outros poderes mantendo independências. Cada um rigorosamente focado em seus deveres e afazeres, porém todos submetidos e obedientes a uma Constituição elaborada e aprovada por pessoas que receberam outorga para tal.
Qualquer ser, mesmo que pouco inteligente deve entender que o poder da autoridade é assegurado e advém daquilo que foi estabelecido, não existindo nada maior. Bem por isso, só de ouvir falar “vou mandar”, se tornou assustador e contaminante.
Em exemplo recente, a fala da “suprema” através de seu membro Supremo, um gordote simpático, se referindo a queimadas na Amazonia, brandindo como arma sua própria língua, afirmou “em caso de incêndio ou fogo desmatador será retirada a propriedade, ainda que legal de seu ocupante”.
Se dito por qualquer outro, até poderíamos entender, mas no caso do maranhense, de modo algum, por ser de seu currículo, uma excelente carreira de Juiz, com comportamento justo e isento.
Mas, o normal seria esperar dele, imparcial silencio em aguardo aos autos, quando e se a ele chegassem ou no máximo que o proprietário “se criminoso”, seria levado as barras dos tribunais, obedecido todo rito processual. Podendo culminar após o trânsito em julgado, como reza a Constituição, com perda da propriedade.
Aquela história daquele candidato, hoje presidente que “eu vou mandar” virou moda, deixamos mesmo de ser uma democracia justa e plena, deixando serem criados sentimento de impunidade em agentes públicos. Facil comprovar, vide chacina em estrada vicinal rondoniense, cinco mortos, destruição de bens e sequer abertura de inquérito aconteceu).
O Brasil, outrora gigantesco navegante, segue com velas ainda do Infante Dom Henrique, ao sabor de qualquer vento e a qualquer direção que o possa tanger. Inclusive quando tais ventos são causados por flatulências de quem não deveria, o estrago é grande.
Uma coisa temos que reconhecer como verdadeiro nestes tempos, os bandidos à margem das leis, realmente têm mostrado eficiência muito maior de todos aqueles que pagamos caríssimos para administrar o bem público. Por não processarem leis escritas e não ter assembleias constituintes, criam códigos que funcionam extremamente bem, fazendo a quem não os cumpra se darem bastante mal.
Nossos aparatos de segurança em muitos casos têm demonstrado capacidade exemplar em procedimento de seu mister. Porém, não se sabe bem por que, se fazem sempre acompanhar de meios de comunicação sejam lá jornais, televisões, internets, para mostrar a nação heroísmo na produção do que fazem.
O que se tem notado é que quando o antigo tido como “suspeito” chega às barras do Tribunal, a opinião pública já tem como condenado. O que nos leva acreditar que nosso próprio aparato de segurança e jurídico tornou-se um vídeo game para amealhar aplausos da inocente plateia nacional.
E pior, muitas vezes apagam tudo como se nada tivesse custado e sequer acontecido. Recente exemplo, o do ex-presidente que agora foi conduzido por breves momentos a uma cadeia pública, que acredito uma tola tentativa disfarçar um pouco a tensão da ladroeira ocorrida ao bolso dos velhinhos do país, mas que não funcionou.
O ex-presidente já não tem tanto valor na mídia e perto do retirado aos idosos o seu foi só um roubinho de merda.
Mais complexo é explicar ao país, é que esse ex-presidente nunca foi confesso, muito pelo contrário, sempre refutou todas as provas havidas. No entretanto, ao entorno dos acordos de confessionários, até aqueles que chegaram a devolver numerários tiveram suas manchas criminais apagadas. A ponto de publicamente, como esses ministros gostam do publicamente, o Ministro dizer que o funcionamento da tal “lava jato” foi algo totalmente ilegal, sendo um conluio entre juízes e procuradores, deixando porém, de citar a própria polícia que investigara os fatos.
Um dos grandes promotores dos eventos apurados e dono da maior empresa de construção envolvida, chegou a dizer em depoimento presencial ao magistrado, hoje senador, que tinha que ter feito assim mesmo, e que se não desse dinheiro a aqueles políticos a empresa nada ganharia ou faria de trabalhos em nosso país. Naquele momento realmente, ajuntado passivo e ativo acreditei mediante clara confissão, que o juiz, decretaria sua prisão em imediato, mas, o togado arregou…
Fica a dúvida, se ela, Lava a Jato, passou a inexistir para todos envolvidos confessos e comprovadamente participantes, porque continuou valendo a condenação do jovem collorido, que apenas mostrara ao Brasil com sua Ferrari, que presidência não é lugar para menino.
Realmente devemos lamentar que nosso país nunca se comporte com a seriedade e atitudes necessárias ao bem nacional. Raramente encontramos contenda a que aconteça os melhores projetos e avanços à nossa nação. Por aqui, o que se disputa na verdade é o poder, principalmente de seu uso a agraciar aqueles que formam com eles a pirâmide de sustentação à sua existência.
Ainda outro dia, escrevi que “a moça bonita” do Lula, havia solicitado ao presidente que por acaso é membro de seu partido, um cargo de conselheiro da usina de Itaipu para um apaniguado de seu gabinete. Também agora, se assiste via internet repórter de uma grande emissora de televisão, não a maior, até ser agredido por esposa de ministro, sempre o Supremo por ter questionado a moralidade da indicação dela para um cargo como aquele. Realmente de energia ela entendeu, mas para dar porrada no microfone com aquele olho verde da emissora, afirmando que ele desconhecia a Constituição (Sic).
Desfaçatez maior na condução de uma nação e de sua gente é se referirem aos emigrantes deportados. O próprio Lula que não perde oportunidade em usar retorica populista fica silente em relação a baboseira desse arrogante presidente norte-americano, que até acredito buscar o certo, procedendo de maneira errada. Milagre dos céus, um almofadinha de cabelo amarelão, consegue a distância calar toda retorica daqueles internos poderosos. Bem pífios externamente.
Ainda em curso assistimos uma entrevista da Ministra de Direitos Humanos em que criticava um modelito norte-americano em trazer os deportados algemados. Mais uma vez é bom que se esclareça, isso, para aviação de longo curso é mesmo usual e normal tal exigência da tripulação.
Um tempinho pouco atras, o mundo parece haver esquecido os meninotes políticos brasileiros foi quem inventaram a grande saga de sequestro de aviões que praguejou o mundo afora. E o engraçado que internacionalmente os passageiros procuravam na lista de companheiros de viagem se meio a eles haveria americanos, se houvesse, ninguém queria ir porque o perigo era grande, podendo a viagem ser finalizada em Cuba ou em qualquer deserto da Arábia e da Asia.
Se nosso governo buscasse melhor qualidade a administrar esses diferentes eventos, a solução seria mais que clara: pousado a aeronave em solo nacional, vale a determinação e a Lei do país onde ela se encontra, assim, antes de qualquer desembarque autoridades nacionais adentrariam a mesma fazendo retirar correntes e algemas para saída da caravela do ar, só isso. Eles não estariam descendo em solo nacional, sob nenhuma forma de coerção e ainda deixariam que os “modernos escravagistas trumpianos” levassem de volta seus aparatos de submissão humana.
Vale a observação que lá também, bem por essas atitudes, tem existido uma queda de braço entre supremos e temporários reinóis.
O que mais prejudica administradores da humanidade é que inexistindo senso de autocrítica se perde o espírito de decência.
Belo horizonte/Macapá04/05/2025
José Altino Machado