Durante a série radiofônica “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, falei sobre a possibilidade da existência do Mundo Espiritual, que firmemente creio ser pleno de Vida. Aliás, essa reflexão, acrescidas de outros comentários que fiz, foi publicada no terceiro volume de Jesus e as Sete Igrejas da Ásia – Pérgamo, livro reunido e organizado pela Academia Jesus, o Cristo Ecumênico, o Divino Estadista:
Quem acha que o Plano da Verdade é uma “história da carochinha”, uma abstração, ou algo meio “mandrake” — aquele mágico do gibi que estala os dedos e as coisas se transformam — está completamente enganado. Nada mais real do que a dimensão (ainda) invisível. Aliás, é do Coautor de nosso orbe esta estupenda revelação: “Na Casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, Eu vos teria dito, pois vou preparar-vos lugar” (Jesus – João, 14:2).
Ao refletir sobre essa assertiva do Cristo, há pessoas que pensam apenas na Vida em outros planetas, como se tudo lá tivesse de se parecer com o nosso orbe. Ora, muitas moradas também significam a dinâmica existência na Pátria Espiritual, com suas cidades, nações onde pulula a Vida, incessante, transitando por entre as mais diversas dimensões.
Os seres humanos enviam foguetes ao Espaço e chegam a outros astros de nosso Sistema Solar, que é minúsculo se comparado com outros recantos da própria Via Láctea, galáxia de que fazemos parte. Não encontram nenhuma população à semelhança da nossa e consideram não haver Vida naqueles corpos celestes, porque os olhos materiais não a enxergam. Ocorre, porém, que o sentido físico da visão percebe o mundo em uma faixa de frequência muito restrita.
O mesmo se dá com a audição. Nós só alcançamos um determinado espectro audível — entre 20 Hz e 20 mil Hz. Mas existem apitos com tão alta frequência sonora que alguns animais escutam, enquanto nossos ouvidos não a reconhecem. Por que isso não aconteceria igualmente com os olhos, se até os telescópios mais potentes da atualidade, capazes de abranger faixas do espectro eletromagnético que vão além do que vemos, têm as suas limitações? Como não captam civilizações iguais à terrena, pelos mais variados recursos desenvolvidos pela tecnologia, alguns que são anticiência sugerem a inexistência de Vida lá fora.
Ciência adogmática
Se há uma pessoa que não deve ter pensamento obtuso é o cientista. Se for tendencioso, agir com conclusões apriorísticas, negando de antemão quaisquer evidências de fenômenos que não compreende, não pode se assumir como representante da Ciência.
Conforme grafei em Globalização do Amor Fraterno, documento que enviei à ONU em 2000, isso exige uma reestruturação da Cultura, por intermédio da Espiritualidade Ecumênica, no meio popular e como disciplina acadêmica. Contudo, no campo intelectual, que o seja sem qualquer tipo de preconceito que reduza, em determinadas ocasiões, a perspectiva de grandes pensadores analíticos, pelo fato de alguns deles se submeterem a certos dogmatismos ideológicos e científicos, o que é inconcebível partindo de mentes, no supino, lucubradoras. Até porque a Ciência é pródiga em conquistas para o bem comum. Mas também, no seio dela, houve os que muito sofreram incompreensão, por causa do convencionalismo castrador, mesmo de seus pares que apressadamente os prejulgavam.
Vítimas deles foram James Hansen, Charles Darwin, Bias, Baruch Spinoza, Galileu Galilei, Semmelweis, Harvey, Samuel Hahnemann, Oswaldo Cruz, Bertha Lutz, Ana Néri, Virgínia Bicudo, Hipácia, dr. Barry J. Marshall, dr. J. Robin Warren, Kepler, Copérnico, Newton, Einstein, Bohr, Max Planck, Heisenberg, Emmy Noether, Katherine Johnson, Dorothy Vaughan, Mary Jackson, Galeno de Pérgamo, Johannes Gutenberg, Christiaan Huygens, Antoine Lavoisier, Johann Gregor Mendel, James Clerk Maxwell, Madame Curie, o casal Kirlian — Semyon Davidovich Kirlian e sua esposa, Valentina Khrisanovna Kirlian —, o padre Landell de Moura, Louis Pasteur… Poderíamos listar muitos e muitos outros nomes.
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Contudo, os fatos não deixam de ser fatos porque a Ciência ainda não comprovou a sua veracidade. Logo, o mundo não vai parar só porque a Ciência do passado já foi defensora — não só os religiosos, pois se confundia muito Religião e Ciência, naquele tempo, de forma errônea — de que a Terra não girava em torno do Sol. Quem dissesse o contrário estava morto. Não foram apenas os religiosos que queimaram seus Irmãos na fogueira. Políticos principalmente, além dos próprios reis.
Victor Hugo (1802-1855), o gigante de Besançon, concluiu: “Aqueles que afirmam que uma coisa é impossível tacitamente se colocam do lado dos que vão perder”.
O Apocalipse não pode ser lido com a cabeça fechada, nem com ideia exclusivista, nem racista, nem personalista. Tem que ser com uma visão universal. Ecumenismo é o coração solidário, é Educação aberta à Paz. Está acima das próprias Religiões. É a Alma livre para amar o seu semelhante fraternalmente e realizar o Bem sem as peias das proibições. Então, se você quer me acompanhar na análise de “O Apocalipse de Jesus para os Simples de Coração”, precisa ter uma mente libertária, especialmente no que diz respeito às realidades espirituais, que os olhos do corpo não veem, mas a Alma sente, visto que faz parte de nosso DNA imaterial.
Em Os mortos não morrem (2018), enfatizei: devemos pôr abaixo as barreiras, principalmente as mentais, que nos impedem de ascender à dimensão do Espírito. Daí a urgência de se removerem quaisquer dogmas do campo acadêmico, pois ciência adogmática significa mudar as perspectivas ante novas evidências.
Essa é a diretiva eficaz para fazer valer os frutos desse entrelaçamento Céu-Terra que propomos, como tive o ensejo de reiterar aos jovens do corpo e do Espírito, presentes em Goiânia/GO para o 29o Fórum Internacional do Jovem Ecumênico da Boa Vontade de Deus, em 3 de julho de 2004. Relembrei a todos aquela máxima de Zarur: “O segredo do governo dos povos é unir a humanidade de baixo à Humanidade de Cima”.
E é isso que defendemos, porque temos FÉ. E nós proclamamos a existência ativa, militante, realizadora, efetiva do Mundo Espiritual.