Faço constantes leituras e releituras do que li e do que lerei.
E acabo por concluir que são sempre únicas e primeiras. O poema ou as narrativas poéticas revisitadas, ou os textos literários em prosa nos seus mais diversos formatos, eles não são possíveis de absorver por completo de um só gole ou respiração, estão em estado de permanente vir a ser no universo do leitor – ou coautor.
Nesse afã de leituras encontrei-me com uma frase de Aldoux Huxley, o autor de Admirável Mundo Novo: “TALVEZ A MAIOR LIÇÃO DA HISTÓRIA SEJA QUE NINGUÉM APRENDEU AS LIÇÕES DA HISTÓRIA”.
Genial! Resumiu o desastre humanitário, desenhou julho de 2025, no planeta Terra assolado por falta de consciência do ser humano de sua essência e função – Humana.
Não posso deixar de conectar com a minha última leitura, o livro Atos Humanos, da autora sul-coreana ganhadora do Nobel de Literatura de 2024, Han Kang. A plasticidade de sua narrativa desenha imagens. Imagens construídas com palavras, da mesma forma que a Guernica de Picasso, esta com traços e tintas, revelando o colapso, a desumanidade , a crueldade de uma Guerra Civil.
Enfim, não importa qual guerra, todas elas são desumanas, não trazem mudanças, já que a humanidade não aprende com a história, trazem dor e dominação, são instrumento de subjugação e tirania cujo nascedouro está em mentes insanas corroídas pela mediocridade daqueles que não entenderam o poema de John Donne, prefácio do romance de Ernest Hemingway , Por Quem Os Sinos Dobram:
“A morte de qualquer homem me diminui, porque sou parte da humanidade; e, portanto, nunca pergunte por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”.
Neste vendaval de narrativas espalhadas pelas mídias ideológicas e oligárquicas abusivas, observo uma tempestade de mentiras querendo nos fazer crer que o resgate humanitário virá pela Bolsa de Valores de New York ou de qualquer similar e fico estarrecida. Não, não virá.
O resgate virá pelas artes, pelos simples, não simplórios, que em sua sensibilidade iluminam a vida, os gentis e empáticos, os que sorriem sem cachê, os que dançam e se encantam com o canto dos pássaros ou o desabrochar de uma flor pequenina. Virá pelos mestres, os professores.
Já observaram como há governadores que massacram e aterrorizam os professores?
Isso não é um fato isolado, é uma tentativa orquestrada pela perfídia dos covardes para asfaltar com o egoísmo, no qual se lambuzam, as vias pelas quais transitam o presente e o futuro.