O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, conversaram por telefone nesta segunda-feira (28/7) e abordaram a escalada de tensão no Oriente Médio, em especial o impasse em torno do programa nuclear iraniano.
Durante a ligação, o Kremlin afirmou que Putin reforçou a disposição da Rússia em facilitar negociações diplomáticas envolvendo o Irã, num momento em que cresce o confronto indireto entre Teerã e Tel Aviv.
A iniciativa busca conter os riscos de um conflito regional mais amplo e recolocar o diálogo multilateral no centro da política nuclear iraniana.
Putin como mediador
A sinalização de Moscou ocorre após uma série de episódios recentes que elevaram a tensão entre Irã e Israel, além de ataques na Síria, no Líbano e na Faixa de Gaza.
Putin se colocou como possível mediador, retomando o tom de equilíbrio tradicional da diplomacia russa na região.
Além do dossiê nuclear, os dois líderes discutiram “aspectos diversos da situação tensa” no Oriente Médio. Putin destacou que a posição russa é “inalterada” em favor de soluções pacíficas e diplomáticas para os conflitos da região.
Síria e estabilidade regional
O presidente russo também destacou a importância da unidade e integridade territorial da Síria, país onde Moscou mantém presença militar desde 2015.
Para o Kremlin, respeitar os direitos de todos os grupos étnicos e religiosos no território sírio é crucial para alcançar estabilidade política duradoura.
A Rússia, aliada de longa data do regime de Bashar al-Assad, parece temer que o aprofundamento das tensões entre Irã e Israel reverbere negativamente em território sírio, com impactos diretos em sua influência.
Reaproximação
A última conversa entre os dois líderes havia ocorrido em maio, quando Putin e Netanyahu trataram da memória da Segunda Guerra Mundial, num gesto simbólico de aproximação após meses de silêncio desde o início da guerra entre Israel e o grupo Hamas, em outubro de 2023.
Apesar das diferenças recentes — sobretudo devido à neutralidade da Rússia no conflito de Gaza.
Segundo o Kremlin, os dois líderes “concordaram em manter o diálogo sobre temas da agenda bilateral e internacional”.
Fonte: Metrópoles