O líder evangélico Silas Malafaia descartou disputar eleições em 2026. De acordo com o pastor, ele não tem “pretensão política de absolutamente nada”.
“Eu sou muito mais forte exercendo influência do que sendo político. Eu não tenho pretensão política de absolutamente nada, agora, pretensão de influenciar, isso, sim. Sempre tive. O meu papel é exercer influência, não sou candidato a nada”, ressaltou em entrevista à jornalista Natália André, no programa Acorda Metrópoles desta terça-feira (19/8),
Ele ainda disse que só se candidataria à Presidência da República se três anjos descessem do céu afirmando que essa era a vontade de Deus. “Quando o pessoal me pergunta se eu tenho desejo de ser candidato à presidência, eu brinco dizendo que Deus teria de mandar três anjos, parrudões, da primeira instância do divino”, afirmou.
Segundo Malafaia, é cedo para dizer quem vai substituir o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) nas eleições presidenciais de 2026 e que, na hora certa, vai se posicionar sobre os possíveis candidatos — Bolsonaro está inelegível por abuso de poder político.
“Lula, já preso e condenado, liberou um dia antes [do encerramento do prazo de candidatura] o nome de Haddad. Por que é que Bolsonaro, que ainda não foi julgado, que ainda tem água para rolar, tem de dizer que A, B ou C vai substituí-lo? Por que eu vou me antecipar aqui? Eu vou aguardar, esperar as águas passarem debaixo da ponte, para, no tempo certo, dizer: ‘Agora está na hora’”, destacou.
Inclusão em inquérito da PF
Ainda durante a entrevista, o pastor Silas Malafaia afirmou que lideranças religiosas ligadas a Donald Trump tomaram conhecimento da inclusão do nome dele no inquérito da Polícia Federal (PF), na última semana, que apura a ação de Eduardo nos Estados Unidos para interferir no andamento do processo da trama golpista no Brasil.
De acordo com Malafaia, a informação deve chegar ao presidente norte-americano, o que não deve ser bom “para o Brasil, para o STF e para Alexandre de Moraes.”
“Com certeza, isso vai chegar ao ouvido do presidente [Trump], o que estão fazendo comigo. […] Pastores que estão no entorno do Trump — muito deles vêm ao Brasil […], sabem das coisas, sabem o que está acontecendo. Esses caras […], ao chegarem no ouvido do presidente Trump […], dizendo: ‘Olha, acabaram de incluir um dos maiores líderes evangélicos do Brasil nesse inquérito’”, afirmou Malafaia.
Segundo o pastor, “para o americano, um líder, um pastor, é muito respeitado e não pode ser tocado quando se trata de questões políticas. Quando se trata de opinião de um religioso, isso é muito sério e grave”.
A investigação em questão surgiu para verificar a atuação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos. A apuração visa descobrir ações contra autoridades brasileiras para que elas passassem a ser alvo de sanções internacionais.
Malafaia tem sido uma voz repetitiva na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e dos investigados e presos por participação nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023. Em 3/8, o pastor promoveu atos em defesa de Bolsonaro.
Fonte: Metrópoles