À época, a exclusão gerou protestos e levou líderes como Andrés Manuel López Obrador, do México, Luis Arce, da Bolívia, e Xiomara Castro, de Honduras, a boicotar o encontro.
Cúpula das Américas
- A Cúpula das Américas foi lançada pelos Estados Unidos em 1994 e reúne líderes do continente para debater integração política e econômica.
- Naquele momento, Washington lançou a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (ALCA), um projeto que visava eliminar gradualmente as barreiras ao comércio e aos investimentos no continente.
- A decisão da República Dominicana de repetir a exclusão dos três países, alinhada ao posicionamento de Washington, pode reacender tensões sobre a questão de representatividade no fórum.
Argumento do governo
Conforme a República Dominicana, anfitriã da cúpula, a prioridade foi garantir o sucesso da reunião em meio a um cenário de “polarização política” no continente.
“Decidimos priorizar o sucesso da reunião, estendendo o convite ao maior número possível de países”, explicou em comunicado.
O governo lembrou que a coordenação da Cúpula das Américas pela OEA impõe restrições específicas à participação. Afirmou ainda que, em outros fóruns multilaterais sediados no país — como a Cúpula Ibero-Americana de 2023 e a Cúpula da CELAC em 2017 —, Cuba, Nicarágua e Venezuela foram convidados e participaram.
Relações em “equilíbrio”
Apesar da exclusão, o governo do presidente Luis Abinader destacou que mantém relações distintas com os três países. Com Cuba, os laços são descritos como “sólidos e excelentes”, administrados “sempre com respeito mútuo”. A relação com a Nicarágua foi classificada como “cordial” e de comércio equilibrado.
No caso da Venezuela, o comunicado ressaltou laços históricos, mas lembrou que a República Dominicana não reconheceu a legitimidade das últimas eleições presidenciais do país. Em resposta, Caracas suspendeu as relações diplomáticas com Santo Domingo.
Fonte: Metrópoles