A pouco menos de um mês da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30), a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, indicou nesta sexta-feira (10/10) uma manobra para minimizar a ausência institucional dos Estados Unidos e da Argentina. Ela afirmou que foram convidados representantes a nível estadual e municipal desses países, como forma de celebrar acordos em prol da manutenção do clima.
“Estamos trabalhando para uma presença desses países, com prefeituras e governadores. Há o governador da Califórnia, com quem assinamos um acordo. E também o prefeito de Buenos Aires. Ainda que tenha uma orientação central contrária ao clima, o bom senso e a ética não foram sepultados nesses países. Claro que há uma maior dificuldade, mas não significa um apagão da presença desses países negacionistas”, disse Marina Silva.
A ministra se referiu ao governador Gavin Newson, que fechou um acordo de parcerias climáticas com o MMA. Eles apertaram as mãos em 24/9, mesmo dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, classificou a emergência climática de “farsa” na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU).
O acordo fechado entre Marina Silva e Gavin Newson prevê a elaboração de um plano, pelo Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima com a Agência de Proteção Ambiental da Califórnia, para desenvolvimento de ações conjuntas. Já o prefeito de Buenos Aires é Jorge Macri, opositor ao presidente Javier Milei.
A fala de Marina ocorre no âmbito da pré-COP, que começa na próxima semana em Brasília. Segundo diplomatas que participam da organização, 72 delegações foram confirmadas no evento.
O Itamaraty considera essas reuniões importantes para encaminhamento de negociações que serão concluídas na Conferência, que ocorrerá a partir de 5 de novembro.
O embaixador Maurício Carvalho Lyrio, secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente, afirmou que serão tomadas decisões de temas da convenção do Clima, como do Protocolo de Kyoto e do Acordo de Paris.
“A função da pré-COP é fazer andar a negociação mandatada, que culmina na COP30. São 140 decisões a serem tomadas nessas três estruturas básicas. O Brasil resolveu concentrar energia na adaptação, transição justa e balanço global. Haverá conversas intensas com vistas afazer avançar essas áreas. O elemento crucial da negociação mandatada é a sobrevivência e a força do regime de clima”, explicou.
Fonte: Metrópoles