NEGACIONISMO
Durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas, a COP30, os especialistas em clima, negociadores e até líderes mundiais, como o presidente Lula, têm reforçado a importância de combater o negacionismo climático, que cresce cada vez mais. As famosas notícias falsas sobre mudanças climáticas acabam atrapalhando o avanço das discussões e a busca de soluções para os problemas. Somente na Amazônia, milhões de pessoas são impactadas pelas mudanças do clima. Em 22 anos, pesquisadores mapearam mais de 4.700 eventos extremos, que afetaram cerca de 1,8 milhão de pessoas das mais de 300 milhões que vivem na região. Nessas duas décadas, o impacto desses desastres cresceu quase 400%. As queimadas aumentaram dez vezes, as inundações cinco e as secas e ondas de calor três vezes. Os municípios com menos de 50 mil habitantes são os que mais sofrem. O estudo mostra ainda que esses eventos extremos causaram prejuízos de mais de R$ 3 bilhões por ano.
OPERAÇÃO LANÇA AZUL
Os Estados Unidos anunciaram uma operação militar contra o narcotráfico na América Latina. A ação, chamada Lança Azul, teria como objetivo combater narcoterroristas e proteger o país das drogas, segundo o secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth. A operação será conduzida com o Comando Militar Sul, responsável por ações no Caribe e na América Latina. Os EUA têm intensificado a presença de navios e aviões de guerra perto da costa da Venezuela, movimento que o governo de Nicolás Maduro considera preparatório para uma possível invasão. Washington acusa Maduro de liderar o cartel de Los Soles, classificado como organização terrorista internacional.
Na última semana, o maior navio de guerra dos EUA, o USS Gerald Ford, chegou à América Latina, juntando-se a outros navios, um submarino nuclear e caças F-35 que já atuam na região. Os EUA realizaram 20 ataques a embarcações que acusam de participar do tráfico de drogas, deixando mais de 70 mortos. Em resposta, o governo venezuelano anunciou uma mobilização militar nacional para contrabalançar a presença naval americana. A tensão atingiu a Colômbia, onde o presidente Gustavo Petro determinou a suspensão do compartilhamento de informações de inteligência com os EUA até que os ataques a barcos no Caribe cessem.
MENORES ÍNDICES
O desemprego no Brasil, que já é o menor da série histórica iniciada em 2012, manteve-se estável em quase todas as unidades da federação e caiu no Rio de Janeiro e em Tocantins no terceiro trimestre, segundo dados do IBGE. No Rio de Janeiro, o índice ficou em 7,5% e, em Tocantins, em 3,8%. Nos demais estados, não houve variação significativa. Os menores índices de desemprego foram registrados em Santa Catarina e Mato Grosso, ambos com 2,3%. O maior percentual foi o de Pernambuco, com 10%. O número de pessoas que buscavam emprego havia dois anos ou mais recuou 17,8%. Na classificação por gênero, a taxa entre mulheres é de 6,9%, enquanto entre homens é de 4,5%. Entre pessoas pretas, o índice é de 6,9%; entre pardas, 6,3%; e entre brancas, 4,4%.
NOVO RECORDE
As emissões globais de dióxido de carbono (CO₂) provenientes de combustíveis fósseis devem aumentar 1,1% em 2025 e atingir um novo recorde. A alta contribui para um cenário em que “já não é mais plausível” o cumprimento da meta mais importante do Acordo de Paris, que é evitar que o aquecimento global supere 1,5 graus Celsius (Cº) acima do período pré-industrial, no Século 19. Os dados são de um relatório produzido pela organização internacional de pesquisa Global Carbon Project com uma equipe internacional com mais de 130 cientistas. Em números absolutos, a projeção é de que as emissões em 2025 cheguem a 38,1 bilhões de toneladas de CO₂. O relatório mostra que restam apenas 170 bilhões de toneladas de CO₂ para que o aquecimento global ultrapasse o limite estabelecido pelo Acordo de Paris.
CIENTISTAS ALERTAM
Segundo pesquisadores, o aumento da temperatura acima do 1,5ºC causará mudanças climáticas mais severas e pode levar a “um ponto de não retorno”, criando consequências permanentes no clima. Essa margem, chamada de “orçamento de carbono”, está esgotada, e o resultado de 2025 inviabiliza a meta, alertam os cientistas envolvidos no trabalho. O documento do Global Carbon Project descreve um cenário crítico e diz que um aquecimento de 1.7º C passa a ser um objetivo mais plausível a ser perseguido. “Com as emissões de CO₂ aumentando, manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C já não é mais plausível”, disse o professor Pierre Friedlingstein, do Global Systems Institute da Universidade de Exeter, que liderou o estudo, que indicou que 8% do aumento na concentração atmosférica de CO₂ desde 1960 ocorre por causa do enfraquecimento de sumidouros de carbono terrestres e oceânicos.
ANISTIADO
O Superior Tribunal de Justiça Desportiva retirou a suspensão do atacante Bruno Henrique, do Flamengo, acusado de envolvimento em um esquema de apostas esportivas. Ele havia sido suspenso por 12 jogos após a divulgação de mensagens trocadas com familiares, nas quais afirmava que receberia um cartão amarelo em uma partida contra o Santos em 2022, o que de fato ocorreu. A defesa do Flamengo recorreu, e o STJD decidiu, por seis votos a três, que não há provas suficientes para condenação por infrações contra a ética desportiva. Bruno Henrique está liberado para jogar, mas foi enquadrado em outro artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, por descumprimento de regulamento, e deverá pagar multa de R$ 100 mil.
DECISÃO
O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro decidiu suspender o decreto de falência da empresa de telefonia Oi, e determinou a retomada do processo de recuperação judicial, que já dura dez anos. A decisão de segunda instância atende a um pedido de bancos credores como Itaú e Bradesco, que afirmam que a falência pode gerar prejuízos insustentáveis para clientes e funcionários da Oi. A falência tinha sido decretada em primeira instância pela justiça na última segunda-feira (10/11).
SEM APOIO
O abandono das políticas de diversidade e inclusão pelo governo de Donald Trump tem provocado impactos além das fronteiras dos Estados Unidos. Empresas multinacionais também deixaram de financiar programas contra a desigualdade de gênero e raça em vários países. Uma das instituições afetadas é a Casa 1, em São Paulo, que corre o risco de fechar. Criado em 2017, o projeto acolhe jovens da comunidade LGBTQIAPN+ desamparados por suas famílias. Eles podem permanecer no local por até quatro meses, até alcançarem autonomia. Desde a criação, 460 pessoas já foram atendidas. Com as políticas contra a diversidade adotadas pela administração Trump, o projeto perdeu aportes que vinham diretamente do governo americano e de empresas de tecnologia. A Casa 1 já dispensou a maior parte dos trabalhadores e, sem novos recursos, pode ser encerrada nos próximos meses.
