O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) rebateu a declaração do chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, sobre Belém (PA), que visitou a cidade para participar da Cúpula de Líderes da COP30. O político alemão havia afirmado que jornalistas que viajaram à capital paraense teriam ficado “contentes” por retornar à Alemanha após o fim do evento. Veja a reação de Lula:
A fala do alemão está gerando reações de políticos brasileiros. Em agenda em Xambioá (TO), nessa terça-feira (18/11), Lula disse que Merz deveria ter ido “a um boteco” e aproveitado mais a cultura paraense.
“O primeiro-ministro da Alemanha esses dias se queixou: ‘Ah, eu fui no Pará, mas eu voltei logo, porque eu gosto mesmo é de Berlim’. Ele, na verdade, devia ter ido a um boteco no Pará. Ele deveria ter dançado no Pará. Ele deveria ter provado a culinária do Pará, porque ele ia perceber que Berlim não oferece para ele 10% da qualidade que oferece o estado do Pará, a cidade de Belém”, disse o petista.
A declaração de Merz ocorreu durante um discurso no Congresso Alemão do Comércio, na última semana.
“Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: ‘Quem gostaria de ficar aqui?’. Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, especialmente daquele lugar onde estávamos”, comentou o chanceler.
O prefeito de Belém, Igor Normando (MDB), classificou a fala como “infeliz, arrogante e preconceituosa”. Já o governador do Pará, Helder Barbalho (MDB), usou as redes sociais para criticar o político alemão. “Curioso ver quem ajudou a aquecer o planeta estranhar o calor da Amazônia. Um discurso preconceituoso revela mais sobre quem fala do que sobre quem é falado”, ressaltou.
Durante a agenda em Tocantins, para a inauguração de uma ponte entre Xambioá e São Geraldo do Araguaia (PA), Lula defendeu a realização da COP30 no Pará.
“O Pará saiu do anonimato neste país. Qualquer parte do mundo sabe hoje que existe o estado do Pará, a cidade de Belém, que é pobre, mas tem um povo generoso como pouca parte do mundo”, destacou.
Fonte: Metrópoles

