O primeiro dia da operação Barricada Zero, nesta segunda-feira, removeu 200 toneladas de barricadas e prendeu cinco pessoas, em comunidades do Rio, de São Gonçalo e da Baixada Fluminense, segundo balanço divulgado no início da tarde. O Governo do Estado, que realiza a ação em conjunto com as prefeituras, recebeu ainda a informação de que traficantes dos complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte carioca, teriam ordenado a remoção dos bloqueios, para evitar que a região fosse alvo da polícia.
A gente recebeu essa informação. E eu não tenho dúvida de que isso vai acontecer: os próprios traficantes vão dar ordem para retirar, para evitar uma ação da polícia — disse o secretário Edu Guimarães, à frente do Gabinete de Segurança Institucional (GSI).
Já o governador Cláudio Castro complementou, classificando o momento como o início de um novo “ciclo” na segurança pública.
— Quem não quer receber visita do Core e do Bope vai passar a retirar as barricadas. Um novo ciclo está acontecendo na segurança pública. Vamos trabalhar todo dia para que a criminalidade entenda que não dá mais para desafiar o Estado — afirmou o governador.
Cidade de Deus, Jardim Catarina e Baixada Fluminense
Os locais das ações são a Cidade de Deus, na Zona Sudoeste do Rio; a Mangueirinha, em Duque de Caxias; Grão-Pará, em Nova Iguaçu; São Simão e Dom Bosco, em Queimados; além do Jardim Catarina, em São Gonçalo. De acordo com o governador Cláudio Castro, além das prisões e da remoção de barricadas, a ação também encontrou uma estufa de maconha no Jardim Catarina, assim como drogas enterradas em Queimados.
Castro, que participou de uma entrevista coletiva ao lado de representantes da cúpula de segurança do estado, reiterou que as operações serão diárias, mas que a polícia também vai intensificar as investigações para atacar quem está por trás do fornecimento de materiais para a construção das barricadas. A operação desta segunda-feira envolveu 220 policiais militares, 50 viaturas, 30 retroescavadeiras e 60 caminhões.
Já o secretário Edu Guimarães, à frente do Gabinete de Segurança Institucional, afirmou que a retirada das barricadas tem um significado simbólico que vai além da liberação das vias:
— Em algumas localidades, nós estamos retirando barricadas e, novamente, estaremos atuando amanhã. O rompimento das barreiras físicas é importante porque é a destruição de um símbolo de poder do crime. O Estado não vai mais admitir barricadas no Rio de Janeiro.
O material retirado das ruas será reciclado ou descartado em local legalizado. Segundo o secretário, os trilhos de trem usados como barricada ficarão armazenados no Comando de Operações Especiais (COE) para não existir risco de que eles “retornem à comunidade”.
Os secretários Victor César dos Santos, da Secretaria de Segurança Pública, Marcelo de Menezes (Polícia Militar) e Maria Rosa Lo Duca (Administração Penitenciária) também participaram da coletiva, assim como Carlos de Oliveira, subsecretário de Planejamento e Integração Operacional da Polícia Civil.
Operação começa após promessa
A operação é coordenada pelo Gabinete de Segurança Institucional (GSI) e envolve a Polícia Militar, a Polícia Civil, diversas secretarias estaduais e as prefeituras dos municípios envolvidos. O trabalho mobiliza equipes de engenharia, inteligência, infraestrutura e segurança pública.
A ação emprega retroescavadeiras, rompedores, basculantes, caminhões de concreto, maçaricos, motosserras e equipes técnicas especializadas para a retirada dos bloqueios.
A ofensiva começa uma semana após o governador Cláudio Castro reunir, no Palácio Guanabara, prefeitos e representantes de 12 municípios para apresentar a versão ampliada do plano. Durante o encontro, o governo detalhou a estratégia de retirada contínua das 13.604 barricadas mapeadas pelo estado — número identificado pelo Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP) por meio de denúncias, imagens de drone e registros policiais, e que “pode ser maior”, segundo Castro.
Fonte: EXTRA

