A Policia Federal prendeu preventivamente, na manhã de segunda-feira, Edir Benedito Cardoso Junior, líder de uma organização investigada pela Operação Ex Tunc no Amapá. A prisão foi feita em nova fase da operação, dessa vez denominada Coactio.
As investigações iniciadas em 2016 apuram fraudes em documentos para obtenção de benefícios indevidos de auxílio-reclusão e pensão por morte junto ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS).
A prisão decorreu de representação feita pela Polícia Federal, após detectar que o líder da organização criminosa (ORCRIM), que já foi preso anteriormente no curso das investigações relacionadas à Operação Ex Tunc, estava coagindo os envolvidos e embaraçando as investigações originárias.
A organização é acusada de fraudes previdenciárias nos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte. O advogado, afastado do exercício da função, foi preso, dessa vez, por embaraço às investigações. Além da prisão preventiva fora cumpridas também as medidas judiciais de busca e apreensão. O Ministério Público Federal (MPF) manifestou-se favorável aos pedidos formulados pela Polícia Federal.
O esquema investigado pelo MPF, PF e INSS consistia em reunir apenados recolhidos no Iapen com a promessa de recebimento do benefício do auxílio-reclusão. A Orcrim também recrutava mulheres que se passavam por esposas e mães de filhos fictícios dos detentos.
A atuação conjunta dos órgãos evitou danos na ordem de R$ 38 milhões ao erário, em razão da interrupção dos pagamentos indevidos. As investigações prosseguem para identificar todos os envolvidos nas fraudes previdenciárias, inclusive servidores públicos.
O investigado poderá responder, na medida de sua responsabilidade, pelo crime de obstrução à investigação. Se condenado, poderá cumprir pena de até 8 anos de reclusão, sem prejuízo das outras penas previstas para os crimes investigados.