Tem de jogar mesmo. Eu faria (amistoso) no Piauí, em Manaus…
“Até pra castigar os jogadores.”
As frases do ex-presidente Andrés Sanchez refletem diretamente no Corinthians.
Mentor do grupo que comanda o clube desde 2007, ele tem enorme influência não só no Parque São Jorge, como nas organizadas, que apoiam. Afinal, Andrés foi o fundador da torcida Pavilhão Nove, cujo nome homenageia um setor da demolida prisão Carandiru.
Sanchez se referia com ironia e tensão à eliminação precoce do Corinthians nas quartas-de final do Paulista, para o Ituano, domingo passado.
Pelo planejamento do clube, expectativa era que chegasse ao menos até a final do torneio estadual, que valeria pelo menos, mais R$ 10 milhões aos cofres. Entre renda e premiação, mesmo se perdesse o título. Se ganhasse, seriam mais R$12 milhões.
Nada disso aconteceu.
E a reação da diretoria foi passiva.
O presidente Duilio Monteiro Alves foi para o Exterior. Alguns conselheiros disseram que foi tratar de uma doença. E outros que era simplesmente férias. A verdade é que Duilio não estava em São Paulo.
Tudo seguia normalmente, com o diretor Roberto de Andrade assegurando a permanência do inexperiente Fernando Lázaro, sem dispensa de jogadores, a prevista chegada de Barletta, comprado junto ao São Bernardo. R$ 6 milhões por 50% dos seus direitos.
Roberto de Andrade até teve a ideia de reintegrar Luan. Pensando no que provocou a ausência de Renato Augusto no jogo contra o Ituano.
Diante de tanta omissão da diretoria, com apenas Andrés revoltado com a eliminação, uma ala radical de vândalos, infiltrados nas organizadas do Corinthians resolveu repetir o que fizeram ao longo dos anos.
Invadiram o Centro de Treinamento Joaquim Grava, onde os jogadores estavam trabalhando com Fernando Lázaro.
Eles fizeram um buraco na cerca de arame,provavelmente com uma pequena serra ou alicate.
Cerca de 30 cercaram os jogadores, o coordenador e ex-jogador, Alessandro. E o técnico Fernando Lázaro. O diretor de futebol Roberto de Andrade não participou da conversa. De acordo com o jornalista especializado em Corinthians, Samir Carvalho, ele teria corrido para a sala de Lázaro para não ter de falar com os torcedores.
Os invasores exigiram mais empenho dos jogadores.
Também não aceitam a reintegração de Luan, que está treinando separado e recebendo R$ 800 mil mensais.
E, por último, exigem a saída de Roberto de Andrade, por ele ser o responsável pela ideia de reintegração de Luan. E por não contratar reforços.
A grande novidade na invasão deste ano é que todas as imagens foram filmadas.
As câmeras estavam funcionando, como misteriosamente, na invasão de 2014, quando o Corinthians havia sido goleado por 5 a 1 pelo Santos, não estavam.
Há nove anos, cerca de cem vândalos bateram em Paolo Guerrero e caçaram Alexandre Pato, que se escondeu no vestiário, apavorado, ouvindo que os corintianos iriam ‘quebrar suas duas pernas’. Ele e alguns companheiros de time colocaram um armário na frente da porta do vestiário.
Ninguém foi preso, já que não tinha imagens dos vândalos.
Desta vez, elas existem.
O diretor de futebol, Roberto de Andrade, disse que não renunciará. E que só deixará o cargo se o presidente Duilio mandar.
Roberto de Andrade quer buscar reforços para o Brasileiro, para a Libertadores, para a Copa do Brasil.
Mas também analisa com mais calma o trabalho de Fernando Lázaro.
Já não há tanta certeza que ele seguirá no cargo.
Sua atuação na eliminação do Corinthians no Paulista foi decepcionante.
E há a possibilidade real de um treinador mais vivido ser contratado.
O ‘sonho dourado’ segue sendo Tite.
Mas Dorival Junior, que está em férias no Exterior, é muito comentado, e pedido, por conselheiros.
Nenhuma organizada assumiu a invasão de ontem no CT corintiano.
A Polícia promete que identificará e punirá os invasores…
Com informações R7
