Nessa 4ª feira (5.mai), o chefe do Executivo perguntou retoricamente ao público da cerimônia se a pandemia de covid-19 não poderia ser “uma nova guerra”. E completou: “Os militares sabem o que é guerra química, bacteriológica e radiológica. Será que não estamos enfrentando uma nova guerra? Qual o país que mais cresceu o seu PIB? Não vou dizer para vocês”.
À noite, horas depois da declaração, Bolsonaro afirmou que o Brasil é “muito importante” para a China e negou ter citado o país asiático em declaração sobre a origem do novo coronavírus.
Nesta 5ª, Wenbin respondeu a um pedido de comentário de um jornalista sobre as declarações do presidente do Brasil.
“O vírus é o inimigo comum da humanidade. A tarefa urgente agora é que todos os países se unam na cooperação antiepidêmica e se esforcem por uma vitória rápida e completa sobre a epidemia. Opomo-nos firmemente a qualquer tentativa de politizar e estigmatizar o vírus”, disse o porta-voz.
A China, com 2% de crescimento, teve o 2º melhor desempenho econômico em 2020 entre 50 países analisados pela Austin Rating. O 1º foi Taiwan (3,1%).
Em 9 de fevereiro, uma comissão da OMS (Organização Mundial de Saúde) disse que ainda não havia confirmação da origem do Sars-CoV-2, a variante do coronavírus identificada 1º na cidade chinesa de Wuhan, em dezembro de 2019.
As informações divulgadas pela equipe, porém, apontaram que a 1ª variante conhecida não surgiu no mercado da cidade, como se suspeitava desde o início da pandemia de covid-19.
Insumos para vacinas
O Instituto Butantan informou nesta 5ª feira que pode atrasar entregas de doses da CoronaVac, vacina contra covid-19 do laboratório chinês Sinovac, ao Ministério da Saúde, por falta do IFA (insumo farmacêutico ativo) importado da China.
Dimas Covas, diretor do instituto, disse, em entrevista à imprensa, que há demora na autorização de envio dos materiais pelo governo chinês. “Todas as declarações nesse sentido têm repercussão. Nós já tivemos um grande problema no começo do ano e estamos enfrentando de novo esse problema”, afirmou.
“Embora a embaixada da China no Brasil venha dizendo que não há esse tipo de problema, nossa sensação de quem está na ponta é que existe dificuldade”, disse Covas. “A burocracia está sendo mais lenta do que seria habitual e as autorizações, reduzidas. Obviamente as declarações têm impacto e nós ficamos à mercê dessa situação”.

