O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, determinou na segunda-feira (23) a abertura de mais seis inquéritos para investigar a conduta dos envolvidos nos atos antidemocráticos do dia 8 contra as sedes dos poderes em Brasília, no Distrito Federal (DF). Três deputados supostamente envolvidos na convocação dos golpistas são alvos. Entre eles está a deputada federal eleita pelo Amapá, Silvia Waiãpi (PL-AP).
A decisão atende pedidos da Procuradoria-Geral da República (PGR), que aponta Sílvia como uma das incitadoras do crime após publicar vídeos em suas redes sociais endossando a destruição em Brasília e reforçando nas legendas a tomada de poder.
Eleita a deputada federal menos votada no Brasil, com 5.435 votos, Silvia é defensora ferrenha de Bolsonaro e á época de seu governo, ocupou o cargo de secretária de Saúde Indígena.
Para o ministro, a conduta de Silvia Waiãpi se enquadra, em tese, nos crimes de terrorismo, associação criminosa, abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado, ameaça, perseguição e incitação ao crime.
Em nota, Silvia disse que “jamais incentivou atos terroristas”.
Ao todo, já há sete inquéritos abertos no STF para apurar os atos golpistas – seis tramitam em sigilo. As investigações apuram as condutas de três grupos de envolvidos nos atos:
- “Executores materiais”: quem de fato invadiu e depredou os prédios;
- Financiadores dos atos;
- “Autores intelectuais” do caso.
No último dia 13, o ministro Alexandre de Moraes já tinha determinado a abertura de um inquérito sobre o caso – este, voltado especificamente para as condutas de autoridades como o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (hoje afastado do cargo) e o então secretário de Segurança do DF, Anderson Torres (demitido e preso).