Assim como houve acelerado progresso material neste século 20 (estávamos em 1991) — rapidamente passamos da carroça para o foguete interplanetário —, ocorrerá o mesmo no campo do sentimento (Espírito), de modo que se estabeleça um mundo mais apreciável. Conforme conceituava o poeta e jornalista Alziro Zarur (1914-1979): “Atingir o equilíbrio é a meta suprema. O Bem nunca será vencido pelo mal”.
Tal equilíbrio virá quando a criatura, pelo Amor ou pela Dor, compreender que é preciso aliar à inteligência do cérebro a do coração. De qualquer forma, a humanidade evolui sempre… Ou será que, materialmente falando, estamos ainda nos tempos das cavernas?!… Evidente que não! Mas o progresso também se dará no campo espiritual-moral, e creio que mais pelo efeito da Mestra Dor, que, por sinal, é a libertação da Alma.
Espírito e laboratório
Ainda a respeito da conceituação do que seja o Espírito, sempre procurando fomentar o assunto, publiquei na mídia, durante décadas, inúmeras reflexões minhas. Numa delas abordei a tese do médico norte-americano Stuart Hameroff e do físico britânico sir Roger Penrose, segundo a qual a consciência se comprovaria cientificamente.
Tomando por base uma teoria de 1996, eles sugeriram que o cérebro seria uma máquina biológica, com 100 bilhões de neurônios, funcionando como rede de informação. Entrevistados pelo jornal inglês Daily Mail, em outubro de 2012, os pesquisadores explicaram a teoria quântica da consciência, pela qual as Almas estariam contidas em estruturas denominadas microtúbulos, localizadas, por sua vez, nas células cerebrais. Os mecanismos quânticos nesses microtúbulos é, na opinião deles, a responsável pelas experiências da consciência.
Explica o dr. Hameroff:
— Vamos dizer que o coração pare de bater, o sangue pare de fluir, os microtúbulos percam seu estado quântico. A informação quântica dentro dos microtúbulos não é destruída. Ela não pode ser destruída; simplesmente, é distribuída e dissipada pelo universo. Se o paciente é ressuscitado, revivido, esta informação quântica pode voltar para os microtúbulos, e ele diz: “tive uma EQM (experiência de quase-morte)”.
Em artigo científico de 2014, disponível na publicação Physics of Life Reviews, os mesmos autores concluem:
— A consciência tem um papel intrínseco no universo. (…) Nossa visão da realidade, do universo, de nós mesmos, depende da consciência. A consciência define a nossa existência.
O Espírito e a mente
Ainda são teorias, passíveis de críticas — naturais a um debate acadêmico. Mas, com satisfação, observamos crescente interesse sobre o tema, cujo campo de pesquisa é muito vasto e recebe cada vez mais a contribuição de gente muito séria. Necessário se faz a todo instante ressaltar que o Espírito (ou a Alma) não se restringe a um produto da mente carnal, o raciocínio material, ainda que o fundamento de sua interação se dê por intermédio do incrível maquinário chamado cérebro. Seu criterioso estudo revelará, de alguma forma, tal relação. Estamos tratando da essência eterna e inteligente que, enquanto ligada ao corpo — por um fio luminoso que se desprende por efeito da morte —, anima a vida como a conhecemos no mundo. Salomão, o governante sábio, em Eclesiastes, 12:6 e 7, fala-nos desse “fio de prata”, que, ao se romper, leva o pó (corpo) de volta à terra de onde veio, e o Espírito retorna a Deus, que o concedeu. Na verdade, como há décadas dizemos, o Espírito não é simples projeção da mente.