O mais comum é que entre esses parceiros, da ocasião política passada, ocorram cismas, ao serem disputadas preferências dos ex-amigos, agora chefes. Neste preciso momento, os novos ungidos pelas manifestações populares, bem bajulados, descobrem que é possível, com relativa facilidade acontecer errarem, principalmente se estiverem excessivamente pressionados por companheiros, antigos aliados, que esperam, até por justiça, se diga, atenção a seus problemas e de suas gentes. Tal prática, discutível é verdade, lamentavelmente termina bloqueando a ascensão de candidatos naturais a seleção por competência.
Os novos chefes, logo descobrem que a árvore administradora não é só grande, mas tem inúmeros galhos com ramificações sinuosas e mal humoradas. Bem intencionados, têm como primeira tarefa a executar, com suas enormes implicações, a formação de equipes certas, e com pessoas capazes para os cargos propostos. Bem conscientes estão, que através de tais indicações, será dada a estrutura ideal ao equilíbrio de sustentação política. Surpresos ficam, porém, ao verificarem que em seu próprio círculo que tão bem funcionou construindo suas vitórias, incluídos aí os partidos com suas siglas nem sempre contêm pessoas com as mesmas qualidades para o preenchimento dos novos desafios e funções.
A dificuldade maior, é que são pessoas com as quais, os então candidatos se comprometeram e são elas que incoerentemente, contribuirão para o primeiro erro dos vencedores, ou seja, a nomeação automática de fieis companheiros para gerir algo fora de suas vocações e quiçá competência para com as coisas públicas. Sempre foi e será muito difícil que não se ceda à tentação do gesto da merecida recompensa, e é muito normal que os novos líderes se sintam arrebatados, no instante, em dar forças a quem lhes deu força, elevados que foram de lideranças a chefes de governo, pesando assim e muito, o próprio e natural sentimento de gratidão.
Talvez não falte senso crítico ao companheiro leal, mas com frequência, o dom da lealdade despendida, prejudica o autojulgamento impedindo entender, que isso e apenas isso, não os tornam prepostos aptos para o novo encargo a ser exercido. Por isso, sempre existirá crítica por acontecer vez ou outra, técnicos hábeis, baixo comandos complicados.
Um problemão!!! Agravado quando os novos condutores se defrontam com outro dilema, quando os homens de primeira linha nas campanhas de ontem, não o são para preencher os novos requisitos necessários às funções, dificultando ainda mais os escalões superiores, quando passam a defender indicações de pessoas que lhes seriam iguais, ou como na maioria das vezes menos qualificados que eles próprios, desencadeando assim, uma sequência de desempenhos sofríveis.
Os partidos políticos, nem sempre responsavelmente, se fazem mais que presentes, querendo o “seu”, exigindo fatias cada vez maiores e significativas, chegando perigosamente a transformar o bem público em botim, deixando de importar a quem caberá pagar pela frágil capacidade do “correligionário”. Mantêm todos, a crença bem latina, que uma vitória na disputa pelo poder político, que seria por ideias e propostas, se destina a arrumação de vida, ocupando o lugar daqueles que perderam. O irônico, é que muitos dos insistentes pleiteantes, sequer precisam de cargos ou sua remuneração, mas ainda assim, lutam por eles pelo prestigio que conferem, não deixando nem por isso, de embaraçarem os próprios companheiros eleitos.
E feita a bagunça, paga por tudo isso, a sociedade conivente que acreditou no voto. A coisa é complicada, mas costumam com inocência justificá-la pela existência da democracia!!!