Confesso aos leitores que fico pasmo ao perceber que secas, chuvas, furacões, ciclones, erupções vulcânicas, alagamento, geadas, La Niña El Niño, além de todas a consequências trágicas de tais fenômenos naturais o ambientalismo os trata como novidades provocadas pelos seres humanos. Será que desapareceu todo o passado do nosso planeta? Será que tais fenômenos não ocorreram nos milênios de existência dessa esfera caminhante que habitamos, em épocas que não tínhamos qualquer capacidade de controlar inclusive as nossas próprias vidas? Alguns alegam a intensidade de tais fenômenos, a história nos mostra que não se trata de nenhuma novidade.
O ambientalismo tem seu mérito quando nos desperta para o fato que devemos desenvolver políticas voltadas à nos proteger dos fenômenos naturais. O erro está na pregação voltada para as causas e não para a nossa proteção contra as consequências. Afirmo isto por reconhecer que não temos nenhuma condição de controlar causas que não demos origem por absoluta impossibilidade. Já em relação às consequências as medidas de proteção são bastante viáveis, desde que os nossos brilhantes cientistas voltem a olhar para a face correta da moeda – a nossa proteção diante do inevitável.
A grande obsessão hoje é a energia limpa e para que nos inteiremos do assunto sugiro atentar para o que diz Daniel Greenfield Membro da Fundação Shillman de Jornalismo do David Horowitz Freedom Center no artigo “O Mito da Limpeza” publicado originalmente no Front Page Magazin e reproduzido pelo site do GATESTONE INSTITUTE em 26/10/2022. Seguem trechos do artigo:
“A tecnologia inteligente nada mais é do que a tecnologia de monitoramento. Ela não é mais inteligente devido às suas qualidades inerentes, mas porque envia e recebe dados que a deixam ‘mais inteligente’ na manipulação dos usuários. O lado inteligente da tecnologia inteligente vem dos seres humanos. O mesmo acontece com o lado estúpido quando as pessoas sacrificam a privacidade e a independência em troca dos benefícios da tecnologia que se adéqua a elas.
A energia limpa é um mito ainda maior. O Inflation Increase Act outorga outro fluxo de bilhões para as formas ineficientes de geração de energia que o governo vem subsidiando há mais de 50 anos porque alguma agência de publicidade da Madison Avenue as classificou de ‘limpas’. A única fonte de energia verdadeiramente eficiente em termos de energia vem de criaturas bioluminescentes como os vaga-lumes. Nós não conseguimos copiá-las apesar de todas as fanfarronices dos tecnocratas, não conseguimos duplicá-las.
Grande parcela do lixo limpo que chamamos de ‘reciclagem’ também acaba indo para os aterros sanitários. A diferença entre lixo sujo e lixo limpo é que enviamos uma parte do lixo limpo para a China ou para países do terceiro mundo, onde ele é reciclado em condições primitivas e depois enviado de volta para nós. Isso ocorria até que a China resolveu não querer mais correr os riscos intrínsecos do lixo tóxico da indústria de reciclagem e começou a recusar grande parte do lixo limpo, que agora vai para os aterros sanitários limpos a exemplo do lixo sujo.
A faceta limpa da energia limpa ou do lixo não tem nada a ver em como ela é processada e sim como a captamos. Um painel solar aparenta ser esteticamente mais limpo do que uma usina de carvão. Um carro elétrico emite um som artificial de uma nave espacial ao deslizar pela rua. Uma turbina eólica brilha de tanta brancura. Essas triviais impressões superficiais que desatinam arquitetura com o processo, perpetuam uma fraude de trilhões de dólares.
Os sistemas de energia solar e eólica são apresentados como mais naturais do que qualquer outro tipo de energia porque a associação que se faz com o sol e o vento de alguma forma os isola das sujas realidades da termodinâmica. O design e o cunho dos painéis solares e turbinas eólicas inculcam o mito de que são interfaces limpas para receberem essa mágica recompensa do céu.
Os idealistas acreditam que a vida é preta ou branca, suja ou limpa, e que é possível separar os dois por completo. O universo não se enquadra em categorias tão nítidas. O trabalho em condições degradantes foi terceirizado para a China, ao passo que a classe trabalhadora ficou com o Cinturão da Ferrugem e da anfetamina. Os Estados Unidos seriam uma nação limpa, onde todos se sentavam ao redor de um laptop da Apple depois de entrarem em seus carros elétricos e saírem para uma caminhada. É proibido fumar.
Tecnologia não é mágica. A única inteligência é a humana, a única fonte de energia é suja e a nuvem é um monte de servidores de propriedade de uma corporação global alimentados por usinas de carvão onde o ruído constante é tão alto que os funcionários podem acabar sofrendo de danos auditivos. O mito da limpeza é alimentado pela fuga da realidade.”
Os adeptos do ambientalismo justificam que suas campanhas contra as ditas energias sujas que construíram a civilização como a conhecemos hoje para salvar o planeta. Não importa a eles a destruição da civilização hodierna desde que por motivos altruístas. Também, não importa o desequilíbrio econômico mundial se tal desequilíbrio for provocado pelo motivo altruísta de salvar o planeta. Não importa aos altruístas ambientais a destruição da humanidade e a disseminação da fome pelo mundo.
“Todo grande horror da história foi cometido em nome de um motivo altruísta. Algum ato de egoísmo já se igualou à carnificina perpetrada pelos discípulos do altruísmo?” – Ayn Rand ou como diz o adágio popular: “o inferno está cheio de pessoas bem intencionadas”.