Como se observa, o presidente conduz seu mandato com produção diária de crises que estão longe de representar algum interesse relevante para o povo brasileiro para quem, obviamente, deveria governar. O indulto dado ao parceiro Daniel Silveira – caso o Chefe do Executivo estivesse norteado pelas ideias das ciências matemáticas – jamais seria utilizado, porquanto representaria falta de sintonia com os interesses dos governados. Sucede que a crise é um método de persuasão para o presidente. Sua preocupação diária é produzir crises como se elas fossem a solução para todos os problemas do país.
Os tropeços diários do presidente com a escolha de pautas que entende ser relevantes, porque geram crises, afundam o país. O pior é que agora, ano eleitoral, a máquina da crise não para. Nem bem Daniel Silveira posou com seu decreto presidencial transformado em quadro para pendurar na parede da imoralidade, o presidente já disparou que caso o ambiente no país não seja propício é necessário suspender as eleições. Essa declaração, tão clara quando a noção de um quadrado, revela que o plano do presidente é desestabilizar a Justiça Eleitoral e provocar uma turbulência institucional tão grave que seja capaz de transformar o país numa Venezuela e que ele possa submeter o judiciário e o legislativo como fizeram Chaves e Maduro. É uma insanidade possível
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Não há chance de, nesse governo, o país voltar à normalidade. O disparo diário de crises e polêmicas pelo presidente, distantes de se constituírem nas reais necessidades do povo, atestam essa afirmativa. Embora o exército que apoia o presidente tenha diminuído, ele está motivado pelas crises e com suas cinturas abarrotadas de munição prontas para serem disparadas de motos ou jet ski na direção do povo que só tem como defesa os botijões de gás vazios e os tanques de seus veículos com pouco combustível, insuficiente para reagir. Ou o povo entende que as crises provocadas pelo presidente são instrumentos estratégicos de persuasão ou o país desliza pela ladeira da incivilidade na direção de um cenário catastrófico. O problema é que explicar isso para o povo requereria usar ideias claras como as das ciências matemáticas, desafio duro no dizer de David Hume.