1. Apatia. O episódio envolvendo a Cantora Baby do Brasil no carnaval deste ano na Bahia escancara, dentre tantas coisas, uma realidade: Estamos vivendo tempos de profunda apatia evangelística no Brasil.
A Igreja Evangélica brasileira parece estar com sua principal missão desfocada. A mensagem maior, resumida no slogan “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará”, criado por Daniel Berg, um dos fundadores da Assembleia de Deus em 1911 e que guiou o gigantesco crescimento dos evangélicos até o final do século passado no país, parece que se transformou apenas numa frase de efeito antiga e saudosista.
A repercussão do “Caso Baby” dá a impressão de que as igrejas evangélicas brasileiras, depois que cresceram e ganharam prestígio, principalmente político, estão abandonando sua principal mensagem: “Jesus salva, cura, batiza com o Espírito Santo e brevemente voltará”, o que tem gerado, hoje em dia, a cessação de pessoas aceitando a Jesus, ou sendo curadas ou batizadas com o Espírito Santo, ou pregando que Jesus está voltando. Até um tempo desses, era a marca registrada do povo evangélico.
O marasmo evangelístico está tão explícito, que a “pregação da Baby” teve enorme repercussão nacional. A mensagem que era para estar corrente na boca dos pregadores evangélicos, de repente apareceu na boca da Baby, num desfile de carnaval. Aí, apareceram nas redes sociais as mais diversas interpretações para o fato.
Mas, o efeito colateral do caso que saltou aos olhos foi: Cadê a Igreja do Arrebatamento? Cadê os pregadores da Vinda de Jesus? Cadê o evangelismo das igrejas? Cadê o foco, a missão principal da Igreja? O ide? O pregai? O que estamos fazendo? Que mensagem estamos pregando? Enfim…
2. “Popstora” do Brasil. O jornalista Edison Veiga, da BBC News Brasil, publicou no site da referida rede, em 14.2 que, no último domingo (11/2), no Carnaval baiano, a cantora Baby do Brasil — que também é pastora evangélica e já se autoproclamou “popstora” — declarou que todos precisam estar atentos “porque nós entramos em Apocalipse”. A fala fez referência ao “arrebatamento da igreja”.
3. Arrebatamento: O que é e quando será? De acordo com a citada reportagem da BBC Brasil News, acessível na internet, é preciso mergulhar um pouco mais nas escrituras para vislumbrar o entendimento do tempo do fim do mundo, conforme cada interpretação.
Pois se Baby do Brasil diz que esse arrebatamento está prestes a acontecer, isso configura seu pensamento dentro de uma das linhas interpretativas do livro bíblico, o último do cânone, o livro do Apocalipse.
Ela se situa naquilo que se entende como pensamento pré-milenismo. Ou seja: entende, como é comum dentre a maioria dos cristãos pentecostais e neopentecostais, que um tempo de tragédias indica a volta de Jesus que, então, chegará para estabelecer seu reino de paz e justiça na Terra.
A narrativa está no capítulo 20 do Apocalipse. Descreve um anjo que desce do céu e aprisiona um dragão “que é o Diabo e Satanás”, “para que não seduzisse mais as nações até que se completassem os mil anos”. Depois de tal período, o demônio novamente seria solto para a batalha final.
“Essa passagem é uma espécie de complemento teológico da visão do arrebatamento”, comenta Moraes. O teólogo lembra, contudo, que há, na história do cristianismo, três interpretações para essa alegoria bíblica: os pré-milenistas, os pós-milenistas e o amilenistas.
4. Pré-milenistas. “A maioria dos chamados pentecostais, sejam os clássicos ou os neopentecostais, acabam adotando o princípio [do pré-milenismo]”, explica Moraes. Nesse sentido, eles entendem que haverá a volta de Jesus, com o arrebatamento, e isto estaria atrelado ao estabelecimento de um reino de justiça na Terra, por mil anos. “Guerras, terremotos ou epidemias são encarados como prenúncio da volta de Cristo, como sinais de que este tempo está chegando e seremos arrebatados, que Cristo vai governar a Terra durante mil anos”, observa o teólogo Moraes. “E eles entendem que este governo de Jesus Cristo será em Jerusalém, a Jerusalém que conhecemos hoje. Há a ideia de um reino político de Jesus”, diz o teólogo.
5. Pós-milenistas. A outra visão, a dos pós-milenistas, entendem que primeiro será estabelecido um tempo de paz e justiça e, só então, Jesus voltará. Segundo Abumanssur, esta corrente normalmente é defendida por “correntes teológicas mais envolvidas com transformações sociais”, pois pressupõe uma melhoria da qualidade de vida do mundo antes do retorno de Jesus. “Neste caso, o período de mil anos de paz e justiça precede a volta de Cristo”.
6. Amilenistas. Por fim, há a leitura dos amilenistas, que rejeitam essa crença em um reinado físico terreno literal de Jesus. “O Apocalipse é de um gênero literário surgido em um ambiente de perseguição, o que implicava uma necessidade de literatura cifrada, enigmática, que somente os iniciados entendiam”, explana Moraes. “Não é necessariamente a descrição de fim do mundo. É um gênero literário e tem por finalidade trazer consolo aos perseguidos, como se eles dissessem que a situação estava muito ruim, mas ‘veja só no que nós acreditamos: no final venceremos’.”.
DESTAQUES DA SEMANA
1- Diz a Bíblia (Gn 8.1-9.17) que a pregação de Noé foi tida como tola, até o dia em que choveu.
2- Baby do Brasil viraliza nas redes sociais falando do arrebatamento da igreja em pleno carnaval.
3- Casal Philipe e Núbia Câmara são os convidados especiais do 1º Culto Unificado da Catedral.
GESTÃO
Nova governança evangélica. Aos poucos, o Pastor Iaci Pelaes dos Reis, novo presidente da Assembleia de Deus no Amapá, vai implementando seu novo modelo de gestão: 1. Culto Unificado. Com a recém-inauguração da Nova Catedral, os três cultos que aconteciam nas tardes/noites de domingo, agora, a partir de hoje, 18.02, às 18h, será oficializado apenas um Culto. Assim, a partir de agora, todos estão convidados a prestigiar o 1º Culto Unificado. Convidado Especial: Pastor Philipe Câmara e esposa Núbia (PA); 2. Novo Nome da Igreja. O Presidente Pastor Iaci Pelaes informou que em sua gestão, o nome oficial da denominação “Assembleia de Deus” terá proeminência e que o adjetivo “A Pioneira” cumpriu o seu papel histórico no processo de identificação ministerial. O referido adjetivo foi colocado décadas atrás pelo saudoso Pastor Oton Alencar, devido questões de cismas da época, mas que, agora, a Igreja não precisa mais de apelidos, pois ela é a mais antiga e a maior do Estado. O Pastor Iaci, então, apresentou a nova identificação da Igreja, a saber: Assembleia de Deus – Amapá – 1917. Um novo nome para um novo tempo.
ESPECIAL
Ação Humanitária. Macapá, mais uma vez, foi pauta negativa do noticiário nacional. Todo ano, há décadas, neste período de inverno, fortes chuvas, características da região amazônica, geram vergonhosos transtornos a centenas de famílias e milhares de pessoas. Tudo se repete sempre do mesmo jeito. Mas, como o povo tem “memória curta”, os políticos fazem “cara de paisagem” e vão se reelegendo sem nada resolver.
De novo aconteceu. Em decorrência das fortes chuvas desta 3ª feira, 13.02, em Macapá, diversas famílias foram atingidas, suas casas inundadas e seus bens estragados. Entre elas, está a família do Pastor Rodrigues Brito, o qual está precisando de nosso apoio solidário por meio do PIX (96) 99125-3671.
Enquanto o governo não age efetivamente, parece que a Igreja vai tentar ajudar este servo de Deus, pois, desde quando estava vivo, o Pastor Oton Alencar se sensibilizou com o caso e prometeu ajudar a família do Pastor Rodrigues. Agora, esta semana, o Pastor Iaci soube da situação, enviou o engenheiro da Igreja para ver o estado real da geografia do local. Vamos torcer para que mais esta ação humanitária da Igreja dê certo.
REFLEXÃO
Tema: Desarmonia entre irmãos – Gn 37.23-28
Diz a Bíblia, em Gênesis 37.23-28: “23. E aconteceu que, chegando José a seus irmãos, tiraram de José a sua túnica, a túnica de várias cores, que trazia. 24. E tomaram-no, e lançaram-no na cova; porém a cova estava vazia, não havia água nela. 25. Depois assentaram-se a comer pão; e levantaram os seus olhos, e olharam, e eis que uma companhia de ismaelitas vinha de Gileade; e seus camelos traziam especiarias e bálsamo e mirra, e iam levá-los ao Egito. 26. Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a nosso irmão e escondamos o seu sangue? 27. Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos obedeceram. 28. Passando, pois, os mercadores midianitas, tiraram e alçaram a José da cova, e venderam José por vinte moedas de prata, aos ismaelitas, os quais levaram José ao Egito.”. Por estranho que pareça, mas é no seio da família (sanguínea, social e espiritual) que enfrentamos as maiores perseguições e dificuldades. A história de José nos mostra que é entre nossos irmãos que somos mais subestimados, humilhados, traídos, vendidos. A única saída é resilir até vencer.
FICA A DICA
O Amapá já presidiu a Petrobrás. Janary Gentil Nunes foi escritor, militar e político brasileiro, filho de Joaquim Ascendino Monteiro Nunes e de Laurinda Gentil Monteiro Nunes. Nasceu no Estado do Pará, município de Alenquer, em 01.06.1912 e faleceu no Rio de Janeiro em 15.10.1984.
Carreira poítica e diplomática. Por indicação do Presidente da República Getúlio Vargas, Janary Nunes foi escolhido o 1º governador do então Território Federal do Amapá, no período de 1944-1955. Logo em seguida, por indicação do Presidente da República Juscelino Kubtschek, foi nomeado o 3º Presidente da história da Petrobrás, no período de 03.02.1956 a 09.12.1958. Logo em seguida, ainda em 1958, foi nomeado embaixador do Brasil na Turquia. Depois, elegeu-se duas vezes deputado federal pelo ex-Território do Amapá de 1963-1971.
Janary do Amapá e o petróleo. Além de ter exercido o cargo máximo de presidente da Petrobrás, por três anos, Janary Nunes escreveu três livros, dentre eles, a Obra intitulada “Defesa dos programas da Petrobrás”, publicada em 1956. Mas, talvez, Janary morreu sem saber que existia petróleo no Amapá.