Queria abraçar cada doente deitado em uma cama de hospital e assim afastar um pouco a solidão de sua doença.
Queria abraçar cada órfão para fazê-lo saber ou lembrar do amor de seu pai e de sua mãe.
Queria abraçar cada idoso abandonado em um asilo e fazê-lo lembrar do carinho de um familiar ou de um amigo.
Queria abraçar cada pessoa que teve o seu coração partido recentemente.
Queria abraçar cada pai e cada mãe que perdeu um filho.
Queria abraçar aquele professor dedicado que não tem mais os alunos promissores em suas aulas.
Queria abraçar os loucos, os desesperados e os suicidas para trazer a eles a tranquilidade e a esperança de dias suaves, tranquilos e melhores.
Queria abraçar minha mãe e dizer que apesar de todas as mágoas, não existe pessoa que mais me sustenta do que ela.
Queria abraçar meu pai e saber o quanto ele se orgulha de cada conquista minha.
Queria abraçar meus filhos e dizer a eles o quanto me orgulho de cada prova, de cada trabalho realizado, de cada sorriso arrancado de meu rosto e de cada abraço que me deram em vários momentos de minha vida, o quanto me vejo em cada um de seus passos, certos ou errados, porque também não sou perfeito e não posso deles cobrar a perfeição a qual não me pertence.
Queria abraçar meus irmãos e dizer a eles sobre nossas brigas e diferenças, sobre o quanto elas são infinitamente pequenas perto de tudo o que vivemos juntos e do amor que sinto por eles.
Queria abraçar meus primos e dizer que as minhas melhores memórias de infância foram de nossas brincadeiras e conversas sem sentido noites a fio.
Queria abraçar cada um dos meus tios e tias e dizer que meus atos foram espelhados em seus conselhos e seus exemplos de vida.
Queria abraçar meus avós, tanto os que convivi quanto os que não conheci e dizer a ancestralidade deles vive em mim e seguirá vivendo nos meus descendentes.
Queria abraçar minha esposa ou meu esposo e dizer que irei amá-la(o) e acompanhá-la(o) até depois de minha partida.
Queria abraçar aqueles que partiram antes de mim para poder matar um pouquinho a saudade, acalentar o coração, até mesmo rir de algumas estórias e poder dizer pessoalmente aquele até logo.
Queria abraçar o desconhecido e falar que apesar de não estar preparado para tudo que viesse, mesmo morrendo de medo do que estivesse por vir, iria enfrentá-lo mesmo assim porque a juventude é lúdica e nos faz acreditar que somos destemidos e preparados para tudo que a vida nos apresentar.
Queria abraçar o Mundo (Gaia) e dizer que os humanos desconhecem o mal que lhe fazem por desconhecerem a sua importância e sua força vital.
Queria abraçar com minhas palavras quem esta lendo este texto e afirmar que não estás sozinho, que os tempos ruins irão passar e que apesar de todos os males, ainda não chegamos no fim.
Existe um longo caminho ainda a percorrer, sozinho, desamparado, com parcas ajudas, mas que nos levará não ao desconhecido, mas ao lugar onde todos nossos desejos e anseios serão saciados, onde o forte compreenderá que é forte não para submeter, subjugar ou escravizar os mais fracos, mas para protegê-los, ampará-los e fazerem-nos atingir o seu potencial como nenhuma outra pessoa pudesse fazer, tornando-os mais fortes do que nunca puderam, sequer, sonhar.
Você pode viver o resto de sua vida lamentando, chorando ou se culpando por tudo de “errado” que aconteceu em sua vida ou enfrentar com a coragem que ainda tem e superar os maiores desafios, aqueles onde os considerados mais preparados fracassaram.
Um abraço é o que desejo a cada um que estiver lendo esse texto, e quando você se sentir abraçado pelas minhas palavras, saiba que estarei me sentindo abraçado por Gaia.