Nesta quarta-feira, 11, a delegada licenciada Adriana Belém foi exonerada do cargo que ocupava na Secretaria Municipal de Esportes e Lazer do Rio de Janeiro. A decisão foi oficializada na edição de hoje do Diário Oficial da cidade.
Adriana foi presa no começo da tarde de ontem, 10, na casa onde vive, durante uma fase da Operação Calígula, do Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ). Na ocasião, foram apreendidos quase R$ 2 milhões no local.
Após isto, Adriana passou a noite na sede da Corregedoria da Polícia Civil, no Centro do Rio, até que, as 9h18 de hoje, chegou ao presídio de Benfica, na Zona Norte. Sua audiência de custódia está prevista para o início da tarde.
Adriana foi nomeada no mês de abril deste ano para um cargo na Secretaria Municipal de Esporte e Lazer do Rio de Janeiro com um salário de R$ 8.345,14, segundo informações do portal da transparência.
A advogada da delegada diz que não vê necessidade de prisão e que pretende entrar com um pedido de habeas corpus, destacando também que o MPRJ pediu a prisão sem dar chance para ela explicar a origem do dinheiro.
“O gigantesco valor em espécie arrecadado na posse da acusada, que é Delegada de Polícia do Estado do Rio de Janeiro, aliado aos gravíssimos fatos ventilados na presente ação penal, têm-se sérios e sólidos indicativos de que a ré apresenta um grau exacerbado de comprometimento com a organização criminosa e/ou com a prática de atividade corruptiva (capaz de gerar vantagens que correspondem a cifras milionárias)”, diz a decisão do juiz Bruno Monteiro Ruliere.
Segundo a Polícia Civil, Adriana estava em licença e atualmente não possui cargo na instituição. A corregedoria da instituição deve pedir acesso às investigações para dar andamento ao processo administrativo contra ela.
Além de Adriana, outro delegado foi preso na mesma operação: Marcos Cipriano atua há mais de 20 anos e já ocupou o comando de várias delegacias.
Segundo o MPRJ, Cipriano teria intermediado um encontro entre Ronnie Lessa e a também delegada Adriana Belém e o inspetor de polícia Jorge Luiz Camilo Alves, culminando em acordo que viabilizou a retirada em caminhões de quase 80 máquinas caça-níquel apreendidas em casa de apostas da organização criminosa, tendo o pagamento da propina sido providenciado pelo contraventor Rogério Andrade.