PENSE NISSO
“O lugar que ocupamos é menos importante do que aquele para o qual nos dirigimos.” (Leon Tolstoi)
1. “MORRER NÃO DÓI”, DIZIA O PADRE ALDENOR. MAS SUA MORTE ESTÁ DOENDO TANTO NA GENTE
Aos 53 anos de idade faleceu na noite de sexta-feira, às 23h50, o padre Aldenor Benjamim dos Santos.
Um religioso exemplar, sempre alegre e solidário, exemplo de amor ao próximo e uma das pessoas mais cultas que conheci, Aldenor era meu amigo e dele eu tinha muito orgulho e aprendia tanta coisa com ele nas nossas conversas. Conheci-o quando ele ainda tão jovem, com pouco mais de 20 anos, era ministro da Eucaristia na Igreja (hoje Santuário) Nossa Senhora de Fátima na ocasião que meu filho fazia o catecismo para a Primeira Comunhão. Há dois anos ele batizou minha neta na mesma igreja.
Nosso último encontro se deu no dia 4 de fevereiro deste ano no aniversário de dona Diva Façanha. Depois veio a pandemia e nunca mais nos vimos. Há cerca de 10 dias fui surpreendida com a notícia de que ele, depois de um acidente doméstico (uma queda) estava internado em estado grave no hospital da Unimed, mas em nenhum momento pensei que ele fosse partir, logo ele que era tão cheio de vida, tão alegre, tão conversador e tinha tantos planos. Mas eis que no início da madrugada, logo depois da meia noite me chega a notícia da sua morte. Eu não queria acreditar, torcia para que fosse “fake news”. Só acreditei quando sua sobrinha Rachel Lima me confirmou por volta de uma hora da madrugada.
Não deu pra conter as lágrimas.
Aldenor dizia que “morrer não dói”, mas sua morte, meu amigo, está doendo muito na gente.
Graduado em pedagogia, teologia, filosofia e direito, doutor em Comunicação Social, Mestre em Filosofia e Mestre em Sociologia e lia, escrevia e falava fluentemente italiano, francês e espanhol, ensinava que o conhecimento hoje envelhece com muita facilidade. “Não podemos parar no tempo. Você não pode reter um conhecimento e achar que ele é verdade absoluta”, dizia.Professor universitário (curso de jornalismo da Unifap) deixava claro que o magistério também era uma das suas paixões, depois do sacerdócio.
“Eu sempre tive uma paixão toda especial pelo magistério… Seja na questão como padre, como jornalista, como comunicador, ou na Universidade como professor. Então sempre me empolgou esse sentido de compartilhar pensamentos. Pra mim, ser professor é muito mais do que uma profissão, é uma vocação, é um chamado, uma dedicação. Então eu vivo nessa realidade”, disse ele em entrevista que concedeu para a acadêmica de jornalismo Márcia Bezerra como parte de um trabalho da disciplina Mídia Impressa.
Tão logo soube da morte do amigo, o Padre Paulo Roberto Matias postou nas suas redes sociais um resumo (sim, um resumo, pois a biografia é muito grande) da sua biografia.
Leia:
“Padre Aldenor Benjamim dos Santos nasceu em Santana, no dia 17 de janeiro de 1967. Filho de Alfredo Pantoja dos Santos e Francisca Benjamim dos Santos. O casal teve cinco filhos. Entrou no seminário menor São Pio X em 1984 aos 17 anos. Em 1987 viaja para Belém , onde cursa no Seminário São Pio X, o curso de Filosofia e teologia. Foi ordenado Sacerdote em 1993. Padre Paulo solicita a Dom João que Padre Aldenor fosse designado para ser seu auxiliar na Paróquia Sagrado Coração de Jesus. Trabalhou na Paróquia São Pedro, São Benedito, Nossa Senhora da Conceição e Igreja São Brás, no bairro do Zerão. Um desejo de Dom João de capacitar os Padres Diocesanos, fez com que ele fosse estudar em Roma.
Fez Doutorado em Comunicação Social pela Pontifícia Università San Tommaso (2005), Mestre em Filosofia pela Pontifícia Università Urbaniana (2001), Mestre em Sociologia pela Pontifícia Università Gregoriana (2001), graduado em Pedagogia pela Faculdade Atual (2009), graduado em Teologia pela Faculdade de Teologia e Ciências Humanas (2011), graduado em Filosofia pela Faculdade Pan Americana (2012) e graduado em Direito pelo Centro de Ensino Superior do Amapá (2017). Atualmente era Professor Adjunto da Universidade Federal do Amapá e era Diretor da Rádio Universitária. Tinha experiência na área de Educação, com ênfase em Fundamentos da Educação. Faleceu no dia 17 de outubro de 2020 as 23h40 em Macapá. Padre Aldenor deixa um legado para a religiosidade do Amapá, bem como para a educação. Foi um grande incentivador da cultura e da comunicação social no Amapá. Seu legado jamais será esquecido. Um filho que deu sua contribuição para o progresso do Estado do Amapá.”
2. Disputa pelo cargo de procurador-geral de Justiça do MP-AP
A Comissão Eleitoral, designada para conduzir o processo de eleição para o cargo de Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Amapá (MP-AP), já divulgou a lista, em ordem alfabética, dos candidatos inscritos para o pleito que vai definir a lista tríplice a ser encaminhada ao governador do Estado para indicação do próximo gestor do MP no Amapá, para o biênio 2021/2023.
São esses os candidatos
André Araújo, Alessandra Moro Valente, Alexandre Monteiro e Ivana Cei (candidata à reeleição)
O pleito que será realizado em dezembro deste ano.
MARTE? NEM PENSAR!
Não, meu bem.
Desta vez não vou contigo.
Marte não me seduz.
A água de lá não tem o cheiro do mururé.
Em Marte, meu bem,
não tem flores,
logo não tem beija-flor.
Não tem mangueiras,
logo não tem aquela algazarra de periquitos
que inebria o poeta Fernando Canto.
Não tem praças, música, livros,
papel e caneta.
Não tem poesia nem poetas.
Li no jornal que os habitantes de lá
tem voz metálica
corpo engraçado
e cara esquisita.
São todos verdes, todos idênticos, todos estranhos.
Você quer ficar verde de susto, meu bem?
Eu não.
(Alcinéa Cavalcante)Alcinéa Cavalcante
Jornalista e escritora
Jornalista e escritora