Pense nisso
“Quem se mistura aos porcos farelo come”
1. Cada escritor com sua mania
Dizem que todos os escritores tem manias. Pablo Neruda, por exemplo, só escrevia com tinta verde; Hemingway escrevia em pé; uns só escrevem à mão, outros escrevem até no celular.
Autora do livro “De amor e de fé” (prosa e poesia), a escritora amapaense Ângela Nunes tem algumas manias ou rituais na hora de escrever. Ela só escreve à mão e tem que ser num bloco de folhas amarelas. “Caneta serve qualquer uma, basta ter tinta, o resto é com o meu cérebro”, diz.
Gosta de escrever na madrugada, mas a qualquer hora do dia puxa da bolsa o bloco amarelo e faz anotações. Se estiver no trânsito e surgir uma ideia ou inspiração, para o carro no acostamento e faz as anotações. “O jeito é parar e anotar. Depois, de madrugada, desenvolvo o texto”, conta. Texto pronto, o neto Ruan se encarrega de digitar.
Outra característica da Ângela é sempre iniciar um texto pela conclusão.
Ah, e por que ela faz isso?
“Sabendo como termina fica mais fácil para desenvolver”, diz
2. DE AMOR E FÉ
Lançado em outubro de 2013, o livro “De amor e de fé” é uma coletânea de excelentes poemas e crônicas. Nessa obra, como destacou o saudoso escritor Joseli Dias, desfilam personagens como o romeiro que leva o filho para participar do Círio de Nazaré e presencia um milagre e um homem misterioso que surgiu no arraial de São José. Sobre sua poesia, Joseli dizia: “Ângela tece com maestria a palavra em poesias e revela de onde vem a força, a coragem e a ousadia do povo amapaense”.
Para o poeta e escritor Paulo Tarso Barros, membro da Academia Amapaense de Letras, os escritos de Ângela “nos remetem ao centro vital de uma Amazônia vivenciada por ela, onde estão suas raízes mais densamente submersas no universo das matas, mitos, lendas e o fluir de uma vida tão singela dentro do gigantismo que a natureza nos legou”.
Ângela Nunes é professora de literatura, foi diretora da Biblioteca Elcy Lacerda e presidente da Confraria Tucuju. Tem poemas e crônicas publicados em jornais, revistas e coletâneas e organizou algumas importantes publicações como a coletânea “245 quadrinhas de amor a Macapá” em 2003 em homenagem ao aniversário da cidade.
3. Cuidado
Quem participa dessas grandes reuniões que os candidatos estão fazendo deve ter cuidado redobrado, pois onde tem aglomerações o coronavírus brinca de pira.
A pandemia ainda não acabou.
Outra coisa: nada de aceitar beijinhos e abraços de quem está querendo te agradar pra ganhar teu voto. Esse agrado pode te infectar com coronavírus.
4. Só gente linda e joiada
Redes sociais abarrotadas de fotos de candidatos.
Todos lindos e lindas. Novinhos, sem rugas, sem espinhas, sem um fio de cabelo branco; dentes alvos como a neve e pele de pêssego.
Só belezura… na internet
Parece até que estão concorrendo ao título de Mister e Miss Universo.
5. Aventuras
Para quem gosta de aventuras uma boa opção é o Pentatlo da Floresta que será realizado dia 24, a partir das 6h, no Bioparque. São cinco atividades: corrida, escalada em parede, arvorismo, arborismo e tirolesa.
As inscrições já estão abertas. O valor é R$ 300 por equipe.
É proclamada vencedora a equipe que cumprir todas as etapas do desafio em menos tempo.
6. O pobre e o rico
De acordo com a declaração de bens apresentadas ao TRE pelos candidatos a prefeito de Macapá, o professor Gianfranco Gusmão do PSTU é o mais pobrezinho dos dez candidatos. Ele tem apenas um carrinho, um pálio ano 1999/2000 avaliado em dez mil reais.
O mais rico é Guaracy, da coligação Deus, Pátria e Família (PSL e Patriota). Ele tem um patrimônio avaliado em R$ 5.325.000,00.
Fazendeiro, Guaracy declarou ter 4.700 cabeças de gado.
Se ganhar a eleição, a churrascada vai ser farta. Né não?
7. Era notícia
Notícia publicada no Jornal Pinsonia, edição do dia 20 de dezembro de 1897:
“O inteligente e digno armador Capitão Henrique de Souza cabe a glória de haver iniciado em Macapá a Great Attraction da época e atual, o ciclismo, um aparelho com duas rodas, sobre a qual, na tarde de 14 do corrente percorreu várias vezes todas as ruas da cidade, montado na dita máquina.”
8. Baraticídio
Certa vez preso na Fortaleza de São José de Macapá, onde eram trancafiados os supostos comunistas, o saudoso político e jornalista Amaury Guimarães Farias dividia a cela com centenas de baratas. Precisava fazer alguma coisa para matar o tempo então decidiu cometer um baraticídio.
– Pensei que as baratas iriam aumentar de número quando escurecesse, iriam andar pelo meu corpo e isto me deixaria profundamente irritado, contou.
Então resolveu declarar guerra contra as baratas. Tirou os sapatos e com eles conseguiu a proeza de matar 176 “guerreiros baratinos”.
– Depois dessa luta ferrenha comecei a procurar um cantinho para deitar, tendo as pedras frias e irregulares do piso como leito e meus sapatos calçariam meus pensamentos, contava
Alcinéa Cavalcante
Jornalista e escritora
Alcinéa Cavalcante
Jornalista e escritora