Houve um tempo em que buscar saber era ofício e mister dos ditos “humanitários”, seres hoje tão raros, abstrações de um poeta ou do imaginário de algum desafeto da engrenagem indiscreta que subtrai das vidas o alento contido nos risos e afetos.
Houve um tempo em que eu não sabia da maldade humana e a vida era plena, sem máculas ou enganos, havia abundância de afagos nos semblantes e nas mãos sem qualquer constipação ou introito vexatório nos sentimentos emanados de corações encantados.
Houve um tempo em que não se sabia o que era “sem teto” e a fome era proibida, não por Lei ou Decreto, mas por justo proceder e solidariedade expandida por “gentes” comprometidas com a benquerença vivida no silêncio da acolhida do benfazejo estar contigo, seja irmão ou amigo, ou estranho peregrino.
Há um tempo, um tempo presente, feito sob encomenda, e urgente, para “arregaçarmos as mangas” e traçarmos o voo nas asas dos imateriais valores, tesouros, rumo a Bondade e a Beleza imanente, não as das aparências frívolas ou vazias, tão usuais nestes dias.
Haverá novamente, após baixarem as cinzas dos vulcões do ódio, flores que esbanjarão cores e vestirão a primavera, iluminarão o verão, salpicarão de pétalas as trilhas do outono e recriarão o vigor nas estufas dos esconderijos do inverno, onde o Amor se faz eterno.