A Justiça do Ceará recebeu, nesta terça-feira (8), pedido do Ministério Público para investigar Rosana Romão da Silva, amiga da turista amapaense Mary Oliveira, por envolvimento no latrocínio que resultou na morte de Mary. O crime aconteceu em julho de 2024, em uma pousada na Praia do Cumbuco, na cidade de Caucaia, região metropolitana de Fortaleza.
O namorado de Mary, o inglês Phil Gray, também foi vítima do assalto, e ficou paraplégico após ser baleado três vezes.

O casal estava fazendo check-out na pousada quando o estabelecimento foi invadido por um assaltante. Phil entrou em luta corporal com o criminoso, que disparou contra o casal. Mary foi atingida por um tiro, e morreu no local. O objetivo do criminoso era roubar R$ 30 mil que estavam com os turistas.

Três homens já foram presos suspeitos do crime. No entanto, a família de Mary acredita que há ainda uma quarta suspeita: Rosana Romão da Silva, conhecida como “Nanda”, que era amiga de Mary. A suspeita também foi reforçada pelo MP.
Mary e Nanda se conheceram em um aeroporto, em 2021, quando estavam viajando para destinos diferentes. Após esse primeiro contato, elas desenvolveram uma amizade. Clara Thalita, filha de Mary, disse que Nanda sabia sobre o dinheiro, pois havia acompanhado o casal até a casa de câmbio, quando eles pegaram parte do dinheiro. Ela também estava presente no quarto da pousada quando eles receberam o restante da quantia.
Em nota, a Polícia Civil do Ceará disse que concluiu o inquérito policial que investigava o latrocínio. Com base na conclusão das investigações, o MP solicitou a instauração de um novo procedimento, para aprofundar as informações a respeito do caso. O inquérito policial concluído foi remetido à Justiça, conforme a Secretaria da Segurança Pública do Ceará.
Postura suspeita
Clara disse que, logo após saber da morte da mãe, decidiu entrar em contato com Nanda, pois era a pessoa mais próxima de Mary e Phil no Ceará. Eles iam, inclusive, se encontrar no aeroporto antes do casal ir para o Amapá no dia do crime. “Então, o último contato, a última pessoa com quem a mamãe falou no telefone antes de morrer foi com essa mulher”, disse Clara.
“No primeiro momento, ela ficou muito resistente em mandar os dados dela para eu ligar para ela e perguntar o que tinha acontecido. Ela não queria falar, disse que não sabia de nada, que estava preocupada”, disse Clara.
“A gente achou muito estranho, porque quando uma pessoa morre, os amigos começam a postar homenagens nas redes sociais. Essa mulher não postou nada e, além de não postar, ela apagou toda a família da mamãe do Facebook dela, do Instagram dela. Ela removeu, não quis falar, tirou foto de WhatsApp. Teve uma postura completamente controversa”, comentou a filha.
Clara falou que, no dia 1º de agosto do ano passado, data do velório de Mary, decidiu confrontar Nanda por mensagens de texto. “Eu estava de cabeça quente, estava chateada, mandei uma mensagem para ela no Instagram dela, que até então ela não tinha apagado ainda”, disse.
“Eu falei para ela assim: ‘Que tipo de amiga tu é? Tua amiga vai ao teu estado, te visita, é assassinada e tu não presta nenhum tipo de assistência para os familiares dela. O que é que tu tá sabendo que tu não quer falar? Por que é que tu tá com essa postura?’”, questionou a filha da vítima.
Clara disse que Nanda respondeu alegando que não estava conversando com a família da vítima, pois estava sofrendo ameaças de uma facção criminosa, que foi à casa dela, após ficar sabendo do latrocínio. As ameaças seriam para que Nanda não auxiliasse na investigação do crime.
Fonte: G1/Ceará