A Polícia Civil por meio da Delegacia da Infância e Juventude de Santana, concluiu inquérito policial que investigou a prática dos crimes de aborto e ocultação de cadáver, envolvendo um casal que, à época, mantinha um relacionamento afetivo.
Os crimes ocorreram no ano de 2023, no bairro Remédios 2, em Santana, porém, as investigações iniciaram no fim do ano de 2024, quando um dos investigados revelou que havia uma ossada humana enterrada no quintal da residência de sua ex-companheira.
Durante as investigações, restou comprovado que a mulher, grávida de aproximadamente sete meses, teria realizado procedimento abortivo de forma clandestina, sem qualquer tipo de acompanhamento médico ou comunicação aos órgãos de saúde.
O exame antropológico realizado pela Polícia Científica do Amapá confirmou que os restos mortais encontrados no quintal da residência pertenciam a um feto humano do sexo feminino, com idade gestacional aproximada de 7,7 meses. O laudo indicou, ainda, que a morte teria ocorrido entre 12 a 18 meses antes da perícia, embora, em razão do avançado estado de decomposição, não tendo sido possível identificar a causa da morte ou se houve nascimento com vida.
Durante as oitivas, a investigada confessou espontaneamente ter feito uso de medicamentos abortivos e relatou ter passado por trabalho de parto sozinha em sua residência, ocasião em que, segundo disse, a criança nasceu sem sinais vitais. Declarou, ainda, que, diante de sua fragilidade física e emocional, o corpo permaneceu no quarto até a chegada do pai da criança, que teria, então, procedido ao enterro do feto no quintal, sem qualquer comunicação às autoridades competentes.
O inquérito policial foi concluído com o indiciamento da mulher pelos crimes de aborto e ocultação de cadáver. O homem, por sua vez, foi indiciado pelo crime de ocultação de cadáver, por ter agido com plena ciência do ocorrido, contribuído para a supressão do corpo da criança e mantido o silêncio acerca dos fatos por período prolongado.