A gestão do governador Clécio Luis (Solidariedade), exonerou um médico, horas antes da Assembleia Geral da categoria que deflagrou a paralisação por conta do desmonte na saúde pública. Em nota o sindicato dos Médicos do Amapá (Sindmed/AP), repudia a decisão e classificou como autoritária a perseguição aos profissionais da saúde.
Confira a nota na íntegra :
O Sindicato dos Médicos do Amapá vem a público expressar seu repúdio a mais um atentado e abuso de poder que a categoria sofreu no dia 18/12/2024. Horas antes de nossa Assembleia Geral, como uma clara tentativa de retaliação, intimidação e de censura sobre este Sindicato, um de seus membros diretores recebeu, via WhatsApp, um PRODOC dando ciência de seu desligamento do quadro de funcionários da Secretaria de Saúde.
Tal fato aumentou ainda mais a sensação de insegurança trabalhista de toda a classe, e confirmou de maneira covarde e ilegal a tentativa de enfraquecimento e ameaça ao
Movimento Sindical contra a terceirização da Saúde Pública no Estado do Amapá.
O emprego, alicerçado na dignidade e nos direitos fundamentais, é uma questão de extrema seriedade, especialmente quando se trata de uma entidade pública. Repudiamos a maneira arbitrária, desproporcional e injustificável dessa demissão, que é apresentada como algo trivial, enquanto deveria ser considerada uma violação escandalosa da relação de trabalho.
A postura adotada pela SESA/AP nos remete a períodos obscuros, em que era comum a perseguição implacável dos trabalhadores e a implementação de medidas extremamente prejudiciais a sua dignidade e estabilidade de emprego. Esta regressão a práticas autoritárias e lesivas à classe trabalhadora é intolerável e clama por uma resistência firme e intransigente por parte de todos os servidores e trabalhadores conscientes de seus direitos.
Medidas jurídicas já estão sendo tomadas. E exigimos, de forma imperativa, a
imediata reintegração do trabalhador demitido ao seu posto de trabalho.
Alertamos que a persistência nessa demissão será interpretada como um grotesco retrocesso nos direitos trabalhistas, perpetrado por políticas que desmerecem a condição dos trabalhadores da Saúde. Tais práticas nefastas são reminiscências de governos que almejavam unicamente a precarização dos trabalhadores, algo que, sob nossa vigilância, jamais toleraremos.
Rejeitamos qualquer tentativa de instrumentalizar a demissão deste trabalhador como um precedente aceitável. Entendemos que a gestão de uma instituição pública, como a SESA/AP, deva primar pela valorização e preservação dos direitos dos trabalhadores, não pela arbitrariedade de retirá-los de seus postos injustificadamente, principalmente quando estes representam e lutam pelos direitos de uma classe inteira.
Este sindicato não será conivente com retrocessos que apequenam a importância do trabalhador, seja ele médico ou de qualquer outra categoria. Jamais aceitaremos ser cúmplices de uma gestão que atue contra os interesses e direitos de seus próprios servidores.
A reestruturação deste Sindicato, que representa uma categoria tão importante no desenvolvimento da Saúde do Estado do Amapá, tem como premissa central o direito do trabalhador médico, colocando-o no epicentro do debate e da tomada de decisões para entrega de um Serviço de Saúde digno e de qualidade tanto para os trabalhadores, quanto para os pacientes. Portanto, não toleraremos, sob nenhuma circunstância, que nossos colegas, diretores e porta-vozes de classe, sejam assediados e atacados de maneira arbitrária, ferindo mais uma vez o direito de luta e dignidade de TODA A CATEGORIA MÉDICA DO AMAPÁ!
Os trabalhadores da Saúde merecem respeito! E seguem juntos na luta enfrentando o medo e a instabilidade laboral gerada por todas essas covardes tentativas de ferir nossa honra e dignidade!!!