Um policial penal está sendo investigado por um suposto ataque ao sistema de cadastro do Instituto de Administração Penitenciária do Amapá (Iapen), ocorrido em julho de 2024. A ação criminosa impediu que agentes acessassem os registros de visitantes no sistema da penitenciária durante um dia de visita, gerando transtornos e colocando em risco a segurança do local.
Nesta quinta-feira (30), a Operação Cyber Shield cumpriu um mandado de busca e apreensão na residência do suspeito, localizada no bairro Jardim 2, na Zona Norte de Macapá. A ação foi coordenada pela Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos (DRCC), que investiga a origem do ataque digital.
Motivação e riscos da ação criminosa
Segundo as investigações, o crime teria sido motivado por desavenças do policial penal com os gestores da penitenciária. De acordo com o delegado Nicolas Bastos, responsável pelo caso, o ataque ao sistema gerou um grande impacto no funcionamento da unidade prisional e poderia ter desencadeado uma rebelião entre os presos, já que os familiares não puderam entrar para realizar as visitas programadas.
“O ataque ao sistema comprometeu o controle de acesso da penitenciária, deixando os agentes sem informações essenciais sobre os visitantes. Isso poderia ter causado uma grande confusão entre os detentos e até mesmo uma rebelião”, explicou o delegado.
A polícia passou a suspeitar do servidor depois que ele se recusou a recuperar e ceder as senhas de acesso, que estavam sob sua responsabilidade. Além disso, foi identificado que ele possuía um cargo comissionado dentro do Iapen e, diante das investigações, foi afastado da função.
Apreensão de equipamentos eletrônicos
Durante o cumprimento do mandado de busca e apreensão, vários dispositivos eletrônicos foram recolhidos na residência do policial penal. O principal item investigado é um notebook funcional, que, segundo a polícia, pode ter sido utilizado para realizar o ataque cibernético contra o sistema da penitenciária.
A Polícia Civil do Amapá informou que seguirá acompanhando o caso e aprofundando as investigações para determinar o alcance da ação criminosa e se há envolvimento de outras pessoas. O suspeito poderá responder por crimes como invasão de dispositivo informático e sabotagem contra serviço público.
A expectativa agora é que a perícia nos equipamentos apreendidos revele mais detalhes sobre a origem e a execução do ataque, além de possíveis conexões com outras infrações dentro do sistema penitenciário estadual.