Entre os dias 1º de janeiro e 15 de julho de 2025, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) do Amapá recebeu 17.361 chamadas pela Central de Regulação das Urgências. Desse total, 1.201 foram trotes, o equivalente a 10% das ligações, o que representa um número que compromete diretamente o atendimento a casos reais de emergência.
Segundo relatório divulgado no dia 16 de julho, além dos trotes, 217 ligações foram solucionadas com orientação médica, sem necessidade de envio de ambulância, e 5.503 atendimentos foram relacionados a dúvidas, encaminhamentos e outras informações. Já os pedidos efetivos de envio de unidades móveis somaram 10.440 ocorrências.

Donato Farias, diretor do Samu estadual, alerta que muitos dos trotes ocorrem no período da manhã e de madrugada.
“Na maioria das vezes, são crianças pela manhã ou pessoas alcoolizadas durante a madrugada. Durante a triagem, conseguimos perceber as informações vagas e inconsistentes para lidar com a situação”, explicou.
Ainda conforme o relatório, foram realizados 7.019 atendimentos com envio de viaturas. As Unidades de Suporte Básico (USB) lideraram as saídas com 4.197 acionamentos, representando 59,8% do total. As Unidades de Suporte Avançado (USA) foram enviadas em 2.474 casos (35,2%). O helicóptero foi acionado 29 vezes e outros tipos de veículos, 319 vezes.
O número expressivo de solicitações de ambulâncias reforça a importância do serviço e da necessidade de planejamento constante quanto à frota, equipe e cobertura territorial. O médico regulador Julio Barcelar ressalta a importância da triagem criteriosa.
“Temos um protocolo rigoroso. Buscamos o máximo de informações possíveis para definir o tipo de atendimento necessário e orientar o paciente até a chegada da equipe. Isso pode ser decisivo para salvar uma vida”, disse Barcelar.
O médico regulador também desempenha papel fundamental na racionalização dos atendimentos. A existência de 217 orientações realizadas por telefone, sem envio de viatura, demonstra a efetividade da triagem na Central.