A poucos dias de entrar em vigor o tarifaço anunciado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra o Brasil, os efeitos econômicos para o País já começam a aparecer. A Cooperativa dos Produtores Agroextrativistas do Bailique e do Beira Amazonas (Amazonbai), uma das principais produtoras de açaí do Amapá, resolveu suspender a exportação do produto por causa das possíveis tarifas. Uma remessa de 1,5 tonelada programada para julho foi cancelada, e o setor calcula prejuízo de R$ 337,5 mil para os extrativistas da região.
O presidente da Amazonbai, Amiraldo Picanço, explicou que a carga de açaí vai de navio para os EUA e demora, em média de 30 a 40 para chegar e o pagamento só é feito no destino final. “Como a gente está nessa indefinição se vai ser taxado a partir do dia 1º, a gente resolveu não enviar a nossa carga e ficar aguardando essa decisão”, disse.
Segundo Picanço, a cooperativa buscará novos mercados para o açaí. “Um mercado alternativo pode ser Europa, região da Ásia, Japão, China, que é onde o mercado de açaí vem crescendo bastante”, afirmou. A Amazonbai, que é pioneira no manejo florestal sustentável, exporta açaí liofilizado (em pó), além da polpa do fruto.
O setor de pesca também cogita interromper a atividade de exportação se não houver evolução nas negociações do Brasil com Trump. Para amenizar as perdas econômicas, o governo Lula avalia conceder um crédito emergencial ao segmento. Cerca de 70% dos pescados exportados pelo País vão para os EUA.
Fonte: Estadão