O Tribunal de Justiça do Amapá (TJAP), por meio da 2ª Vara de Família, Órfãos e Sucessões de Macapá, sob a titularidade da juíza Elayne Cantuária, realizou, nesta segunda-feira (20), visita institucional ao Abrigo São José para promover ações de valorização da pessoa idosa no âmbito do Outubro Prateado, com o tema Valorização da Pessoa Idosa – “Cuidar com Respeito é Garantir Dignidade”. A programação contou com atividades simultâneas de escuta, orientação jurídica, saúde mental e bem-estar. O Abrigo São José fica na avenida Padre Júlio Maria Lombaerd, 3134, bairro Santa Rita, em Macapá (AP).
A abertura oficial ocorreu com pronunciamento da juíza Elayne Cantuária, titular da 2ª Vara de Família, e a fala da coordenação do abrigo, que destacou os objetivos da visita e a importância das ações desenvolvidas em parceria com o Tribunal.
No segundo momento, as atividades foram divididas em quatro frentes de trabalho, que atuaram de forma simultânea. A especialista em gestão de conflitos Sâmia Waldeck conduziu a roda de conversa “Enquanto há vida, há propósito”, voltada à escuta ativa, valorização das histórias de vida e fortalecimento emocional dos acolhidos.
Paralelamente, a psiquiatra Camila Neiva ministrou a palestra “Cuidando de quem cuida: saúde mental no ambiente de trabalho”, destinada a servidores, cuidadores e à equipe técnica do abrigo, com momentos de aconselhamento e dinâmicas de integração.
A equipe do TJAP também prestou atendimento jurídico e orientações sobre direitos da pessoa idosa, com esclarecimentos sobre medidas protetivas e encaminhamentos necessários.
No encerramento das atividades, uma equipe voluntária de profissionais de estética ofereceu cortes de cabelo e cuidados de higiene e autoestima, promovendo momentos de bem-estar e valorização pessoal aos residentes do abrigo.
A visita contou com parceiros que ofereceram atendimento psicológico básico, assistência social, mediação, fisioterapia e massoterapia, além de serviços de cabeleireiros. Esta foi a terceira visita da titular da 2ª Vara de Família de Macapá ao abrigo.
A juíza Elayne Cantuária observou que o Abrigo São José, além de antigo, é o único com essa característica de acolhimento de longa duração em todo o Amapá, e essa estrutura não acompanhou o crescimento populacional do estado. “Até por isso é tão importante que este equipamento seja dedicado a abrigar aqueles que realmente não têm uma família que possa assumir essa responsabilidade, pois a responsabilidade primeira é da família”. Ela acrescentou que “esse espaço deve ser um lugar de passagem para o idoso, e não de permanência”.
A magistrada explicou que, há cerca de dois anos, a competência para concentrar medidas protetivas de pessoas idosas passou à 2ª Vara de Família, Órfãos e Sucessões de Macapá, o que intensificou o envolvimento direto da unidade na ação e nos preparativos para a futura Central do Idoso.
“Esperamos que esse trabalho possa articular diretamente ou pelo inspirar outros entes no sentido de levar esse trabalho para além da capital, pois o idoso enfrenta problemas no acesso a serviços públicos, limitações de mobilidade e até mesmo doenças mentais – como Alzheimer e outras – em toda parte, e nosso papel é auxiliar no for possível”, complementou.
A juíza Elayne Cantuária declarou: “Verificamos que às vezes o idoso até tem família, mas não recebe o amor e o cuidado que merecia e precisava, então estamos aqui também para mapear essas situações. Infelizmente encontramos casos em que o idoso até tem uma aposentadoria, mas ela é desviada para outros fins e não serve às suas próprias necessidades básicas, então fazemos esse diagnóstico e vemos quem realmente precisa estar aqui e quem pode ser acolhido em sua própria casa”.
Ela concluiu: “Nossa ideia é reforçar a rede de apoio à pessoa idosa, constituída pela Justiça, Ministério Público, Defensoria Pública e diversos outros órgãos públicos e instituições privadas para que, juntos, possamos possibilitar uma qualidade de vida melhor a este público tão vulverável”.
Participações e depoimentos
A psiquiatra Camila Neiva compareceu a convite da juíza e dirigiu atividades com a equipe do abrigo. “A minha ideia ao estar aqui é oferecer acolhimento e reflexão aos profissionais, pois a saúde mental deles também é fundamental para acolher melhor o público da instituição – precisamos estar bem e fortalecidos para cuidar do outro”, esclareceu.
A reflexologista podal Rosana Pereira, da Clínica Bethesda, participou com oferta de massagem e fisioterapia. “Recebemos o convite da juíza Elayne Cantuária para oferecer estes serviços aos idosos acolhidos no Abrigo São José, uma experiência muito gratificante e esperamos poder participar em próximas ocasiões como essa”, registrou.
O senhor Francisco Vieira da Silva, de 73 anos, acolhido no Abrigo São José, utilizou os serviços de massoterapia e corte de cabelo. “Sou de Macapá, mas morava em Oiapoque quando se negaram a continuar alugando quarto para mim. Gostei muito do atendimento na ação e quero fazer o que mais tiver para mim”, registrou.
Fonte: TJAP