Diante de toda a cupidez de alguns países em relação à Amazônia, com o sonho recorrente de décadas pela internacionalização do Bioma, e o ataque frontal à soberania brasileira com a utilização de argumentos climáticos e a preservação do meio ambiente, nos remete a um estudo mais aprofundado praticamente inesgotável das causas reais do que está ocorrendo.
Há realmente uma cortina de fumaça envolvendo a cobiça de alguns deles que classificamos como amigos, nos desviando de assuntos como as riquezas da Amazônia.
Será que o Bioma Amazônico é apenas a maior floresta tropical, o maior repositório de biodiversidade e o regulador climático do planeta? Dizem que Brasil é o celeiro do mundo, alguns acham que é um elogio porque não conhecem o significado do substantivo. Celeiro: tipo de construção em que se guardam cereais, palha e outras provisões; depósito de mantimentos; paiol, tulha, ou seja, não nos reconhecem como produtores e sim como guardadores de produtos que precisam.
Para desvendar as razões dos ataques ao Agro brasileiro e o Código Florestal, conquistado a duras penas, é preciso seguir o que os autores de obras policiais aconselham – siga o dinheiro – no caso é preciso seguir os interesses e receios daqueles que habitualmente cometem o acinte de atacar a soberania brasileira usando todo o tipo de argumentação.
A verdade é que o Bioma Amazônico é um verdadeiro “Eldorado”. El dorado é uma antiga lenda indígena da época da colonização da América que atraiu muitos aventureiros europeus. A lenda falava de uma cidade que foi toda feita de ouro maciço e puro, além de ter muitos outros tesouros na cidade. O Bioma é rico em terras férteis, madeiras nobres, minerais, ervas medicinais, petróleo, gás natural e outras riquezas que bem administradas se convertem em ouro justificando a designação.
Pouco se aborda o assunto águas, começando com os “rios aéreos” representados pelas chuvas abundantes 365 dias por ano. O que ninguém fala também é que, segundo a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico – ANA, estima-se que 97,5% da água existente no mundo é salgada e inadequada ao consumo humano e à irrigação de plantações.
O restante, 2,5% é de água doce dos quais 69% é de difícil acesso, pois está concentrada nas geleiras, 30% são subterrâneas (armazenadas em aquíferos) e 1% encontra-se nos rios.
Durante 66ª reunião anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), no campus da Universidade Federal do Acre (UFAC), foi revelado pelos cientistas participantes que Amazônia tem um oceano subterrâneo.
Em 30/07/2020 o site Voz do Pará publicou uma reportagem sobre a reunião que contém informações valiosas:
Francisco de Assis Matos de Abreu, professor da Universidade Federal do Pará (UFPA), durante o evento, estimou que a reserva de água da Amazônia tem um volume de cerca de 160 trilhões de metros cúbicos.
A Agência Nacional de Águas confirmou, em 2019 que o aquífero Alter do Chão, já era conhecido dos cientistas como o maior do mundo.
Debaixo da terra, no Bioma Amazônico, existem lagos gigantes de água potável, chamados aquíferos. Até agora, o maior do planeta era o Guarani, entretanto um grupo de pesquisadores acaba de revelar que o aquífero Alter do Chão, que se estende pelos estados do Amazonas, Pará e Amapá, é quase duas vezes maior. “Isso representa um volume de água de 86 mil quilômetros cúbicos. Se comparado com o Guarani, por exemplo, ele tem em torno de 45 mil quilômetros cúbicos”, explicou Milton Mata, geólogo da UFPA.”
Em matéria publicada no Estadão Ingo Daniel Wahnfried, professor da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), diz que diferentemente do Aquífero Guarani, acessível apenas por suas bordas, as áreas dos Aquíferos da Amazônia são permanentemente livres.
Diante de tais informações se começa a levantar o véu do interesse dos países ditos amigos e o “olho gordo” em relação à Amazônia.
Paralelamente a todos os argumentos assacados contra a Amazônia, não podemos municiar os inimigos do Brasil deixando de atacar de frente o desmatamento ilegal. Quando se ataca o código florestal se fragiliza a luta, pois é o instrumento legal que define se o desmatamento é legal ou ilegal. A farsa expressada no discurso de “desmatamento zero” foi criada para impedir qualquer ocupação e desenvolvimento da Amazônia tornando-a pura e simplesmente um mero celeiro.
É preciso recordar sempre que o grande instrumento para responsabilizar os desmatadores ilegais é a regularização fundiária. Os criminosos que desmatam ilegalmente não são apenas inimigos da Amazônia e do Brasil, mas também de todos os produtores da região, devendo ser denunciados e punidos na forma da Lei.
Gil Reis
Consultor em Agronegócio