Um observador atento percebe que as pequenas mudanças comportamentais iniciadas no ano passado começam a se avolumar em 2022. E o ano mal começou! Um pequeno sintoma aqui, outro ali. As mudanças começaram no agro, como sempre. No ano que se foi, o agro se ‘alevantou’ contra as alegações e ‘fakes informations’ contra ele. Não com armas ou violência, mas sim com aumento da produção, produtividade, novas tecnologias e argumentos sólidos oriundos de bases científicas verdadeiras. O mundo começa lentamente a se curvar diante de evidências reais, conscientizando-se que a alimentação é um fato inconteste para a manutenção da vida.
Alguns dirão que estou fora da realidade e que as campanhas promovidas por ambientalistas europeus continuam. Que as campanhas continuam, é verdade, já que eu esteja fora da realidade, não. Vejamos: o movimento ambientalista foi uma tendência fabricada nos laboratórios do IPCC e contra tendências é difícil haver oposição. No entanto, pouco a pouco, surge uma nova tendência, não fabricada e de cunho real, em direção contrária – a desmistificação e desmentido das teses de alterações climáticas radicais e o aquecimento global.
Pois bem, os cientistas que não foram cooptados pela nova ‘ciência climática’, por não estarem dispostos a vender a ‘alma’, e que estavam calados até então resolveram falar e contestar as teses de seus colegas bem remunerados. Seguindo a tendência nascente, as lideranças e articulistas do agro começaram a mostrar que as alterações climáticas no setor sempre existiram e o afetaram desde que a atividade surgiu, há mais de 10 mil anos, além de contestarem uma série de inverdades.
É preciso observar que a atividade rural nem sempre perdeu somente para as alterações climáticas, mas também sofreu com previsões climáticas erradas. Os boletins meteorológicos começaram a enfatizar – puro terrorismo – as chuvas, enchentes, geadas, secas, aquecimentos e resfriamentos consequências do El Nino, de La Nina, aquecimento ou resfriamento dos oceanos e nunca por obra e graça dos seres humanos. Acrescentaram o aumentativo ‘grande’ a todos esses fenômenos naturais – isto sem falar das tempestades e desertificações pregados e que nunca ocorreram. Os leitores que acompanham o tempo via smartphones puderam verificar o que estou afirmando.
Paralelamente a tudo isto, no ano que passou, ocorreu um fenômeno interessante no Brasil. Jamais vou esquecer uma postagem feita pelo engenheiro agrônomo Leonardo A. de Oliveira em um grupo de WhatsApp tratando de um outro assunto: “Parece que reverenciam como a Síndrome de Estocolmo”. Para os que não sabem, a definição da Síndrome de Estocolmo é esta: “A vítima de agressão, sequestro ou abuso desenvolve uma ligação sentimental ou empatia por seu aproveitador”. A expressão foi cunhada pelo criminologista Nils Berejot. Foi o que aconteceu com alguns brasileiros colaboracionistas.
As mudanças que vêm ocorrendo começaram a ser enfatizadas por alguns veículos de comunicação nas abordagens sobre o agro. Parece que a houve a tomada de consciência de um fato bastante relevante, com diria o autor de best-sellers policiais Lars Kepler: ‘Houve a percepção de que estavam prestes a colher seus próprios pesadelos’. Aos poucos, o que já vinha ocorrendo muito lentamente mudou de ritmo. Fomos surpreendidos, no segundo dia de 2022, por uma reportagem escrita por Douglas Gavras e Leonardo Vieceli, sob o título “Emprego reage mais rápido no agronegócio e atrai jovens”, publicado pela ‘Folha de S.Paulo’ e também veiculada pelo seu braço virtual, o UOL. Leiamos alguns trechos:
“Filho de produtores de soja, Murilo Ricardo, 32, não se imagina mais morando longe do campo. Ele, que saiu da pequena Anaurilândia (a 368 km de Campo Grande, MS) para estudar agronomia, voltou para o interior para ajudar a cuidar da propriedade da família.
As melhores oportunidades de trabalho para mim estão aqui, e os avanços tecnológicos pesaram na decisão de voltar. Em pouco tempo, já consegui implementar na propriedade parte do que aprendi na cidade e estudando no exterior. Agora, usamos tecnologia de ponta para fazer medições. Não me imagino longe do campo.”
No terceiro trimestre de 2021, a população ocupada na agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura chegou a 9 milhões —o número representa um avanço de 574 mil postos frente ao terceiro trimestre de 2019 (8,5 milhões), antes da crise sanitária.
Em termos percentuais, o crescimento no período foi de 6,8%. É o maior na lista de dez atividades analisadas pelo IBGE. Os dados integram a Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua).
Além de liderar o ritmo de geração de empregos, o agronegócio também está ficando mais jovem e escolarizado, segundo um levantamento exclusivo da consultoria IDados, também a partir da Pnad Contínua: o total de trabalhadores rurais com até 29 anos é o mais alto desde 2015. No terceiro trimestre de 2021, eles eram 2,2 milhões”.
Outra surpresa foi a reportagem assinada por Márcia de Chiara e publicada em ‘O Estado de S. Paulo’, também em 2/1, sob o título “Agronegócio socorre, de novo, o PIB”. Leiam trechos do texto:
“O agronegócio e setores correlatos, como a indústria de tratores e equipamentos, os serviços agropecuários e a exportação de matérias primas-primas agropecuárias, serão praticamente os únicos motores com que a economia brasileira poderá contar em 2022. É consenso entre economistas ouvidos pelo Estadão que o avanço da cadeia da agricultura e da pecuária, projetado entre 3,5% e 5%, deve evitar um desempenho ainda pior do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano”.
Considero estas matérias, ambas com ‘chamadas’ na primeira página, no limiar de um novo ano, um recado claro de mudança radical nas abordagens. Parece que o ano de 2022 traz o início de alterações climáticas em relação ao divulgado sobre o nosso agro enfatizando, para a população urbana, os seus valores e virtudes. Que venham os bons ventos.
Caso o resto do mundo continue a aplaudir e a seguir as teses do IPCC terá que colher, em futuro imediato, os seus próprios pesadelos. Salvo engano, a colheita já começou.