Com a internet todos se tornaram comunicadores e, ao mesmo tempo, público da comunicação e assim chegamos à realidade de hoje – um mundo de narrativas. As narrativas dominam o nosso mundo. Na minha interpretação qualquer narrativa é uma versão dos fatos. Exemplificando, meia dúzia de pessoas assistem um determinado fato e depois ao narrar o que assistiram cada uma não descreverá exatamente o fato em sí e sim uma versão do que viu baseada nos seus conhecimentos e na sua forma de ver as coisas.
Não me alongarei nesta análise, apenas transcreverei trechos da matéria “Múltiplos canais admitem que a narrativa da ‘catástrofe’ é contraproducente”, publicada em 28/03/2023 pelo site Climate Change Weekly, assinada por Linnea Lueken, pesquisadora do Arthur B. Robinson Center on Climate and Environmental Policy.
“Após o lançamento do último Relatório de Síntese do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), vários meios de comunicação alertaram seus pares contra se inclinar muito para a narrativa da catástrofe, pois pode ser contraproducente para a política climática e, talvez, imprecisa também. Seu alerta é justificado porque, apesar de décadas de ativistas climáticos dizendo às pessoas que a Terra está prestes a acabar devido às mudanças climáticas, a história e os dados mostram que as mudanças climáticas não estão produzindo mais eventos climáticos extremos, nem destruindo a sociedade ou piorando as condições para a vida humana. Na realidade, o planeta não está mostrando nenhum sinal de destruição iminente devido às mudanças climáticas.
O Daily Mail publicou um artigo, intitulado ‘A linguagem histérica e alarmista que ouvimos sobre a mudança climática é autodestrutiva’, onde Ross Clark desmascara algumas das afirmações mais flagrantes dos alarmistas climáticos, incluindo várias que são frequentemente cobertas pelo Realismo Climático como reivindicações que inundações, secas e furacões estão piorando. O artigo de Clark é relativamente equilibrado, apontando ‘se você acredita que as sociedades humanas estão condenadas de qualquer maneira – como 56% dos jovens aparentemente acreditam – qual é o incentivo para cortar as emissões?’
O que essas peças acertam, embora não necessariamente com muita clareza, é que o medo, o exagero e as previsões pessimistas sobre os impactos do aquecimento recente provavelmente estão prejudicando a saúde mental de muitas pessoas, mas especialmente dos jovens. Alguns meios de comunicação tradicionais até culparam a mudança climática pelos civis aterrorizantes, que o Realismo Climático desmentiu em ‘Wrong, Mainstream Media, Climate Change is Not Causing PTSD’.
Com exceção do artigo do Daily Mail, todos os artigos ainda insistem erroneamente que o clima extremo está piorando e que bilhões sofrerão e morrerão de fome se a Terra atingir 1,5 grau Celsius de aquecimento. Simplesmente não há evidências científicas, nem mesmo nos relatórios do IPCC, de que seja esse o caso.
Dados do Banco de Dados Internacional de Desastres mostram que as mortes humanas causadas pelos impactos do clima extremo vêm diminuindo há décadas, à medida que a Terra esquenta modestamente.
Os artigos que advertem sobre os perigos do doomerismo, marcam uma mudança de tom, embora, na maior parte, não na substância subjacente. Eles argumentam que o mundo não está condenado, porque ainda há tempo de parar as perigosas mudanças climáticas. Muitas das peças se concentram na ideia de que, na verdade, não há um ‘ponto de inflexão’ específico em que o mundo cairá em cataclismo, como o Realismo Climático repetidamente desmascarou.
Não só não há ponto de inflexão para a catástrofe climática, como essas histórias admitem, como também não há evidências de que a mudança climática esteja tornando o mundo pior para o planeta ou para a humanidade. Os artigos estão uniformemente errados sobre o último ponto. Desde a sua criação, o Realismo Climático não teria nada para relatar se as previsões de jornalistas e políticos sobre os impactos nocivos, destruidores da vida e do planeta das mudanças climáticas estivessem se tornando realidade. Eles não o fizeram, que é a principal razão pela qual o doomerismo é injustificado.”
Antes de comentar a matéria vale a pena traduzir a expressão doomerismo. Para fazê-lo busquei auxilio na Wikipédia: “Um doomer é um pesquisador de tendências da atualidade ou de um futuro próximo que acredita que os problemas globais de exaustão ecológica – como superpopulação, mudança climática, poluição e, especialmente, o pico petrolífero – causarão o colapso da civilização industrial e a morte de grande parte da população mundial. Muitos doomers são também sobrevivencialistas ou também chamados de ‘preppers’, isto é, um grupo de pessoas que se preparam ativamente pois creem que uma guerra ou um desastre mundial irá ocorrer em breve.”
Linnea Lueken traz, em sua matéria, ‘contranarrativas’. Simplesmente destrincha e desmonta as narrativas catastrofistas com argumentos sérios e facilmente inteligíveis. A questão climática originou milhares de narrativas cabendo ao grande público a escolha do que acreditar. Tornou-se um verdadeiro FlaFlu onde o grande público escolhe por qual time torcer baseado nas suas convicções e paixões. Na questão climática, em função da pregação maciça das catástrofes pela grande mídia, a maior parte da humanidade escolheu acreditar nas origens divulgadas. Tudo consequência do desconhecimento da história universal e das mudanças do nosso planeta ao longo de sua existência. Quanto às catástrofes, elas sempre existiram, existem e sempre existirão.
“A verdade é inconvertível, a malícia pode atacá-la, a ignorância pode zombar dela, mas, no fim, lá está ela.” Winston Churchill, 1874 a 1965, militar, estadista e escritor britânico que serviu como primeiro-ministro do Reino Unido de 1940 a 1945, durante a Segunda Guerra Mundial, e novamente de 1951 a 1955.