Na referida via pública se visualiza um dos maiores tributos à irresponsabilidade dos agentes públicos na execução de uma obra. Com menos de um semestre da conclusão dos serviços, quase nada se aproveita. Foi preciso a rápida intervenção do atual prefeito para estancar os efeitos danosos dos serviços mal feitos. Isso consumiu um nababesco aparato da máquina pública e um transtorno impagável ao contribuinte. O pior é que não viu nenhum órgão de controle pelo menos franzir a testa pelo ocorrido. A propaganda que se fez com verba do erário pela execução da obra foi uma farra. O certo é que a rua Leopoldo Machado necessita de outra obra, com os mesmos custos operacionais, para ser obediente ao projeto original.
O Mercado Central, de igual forma, está se desintegrando, nada obstante suas paredes ainda cheirarem à tinta fresca. Triste sina de quem teve seu projeto original subvertido para se tornar uma obra sem graça, em que se colocou, inclusive, uma horrível cerca de acapu para compor com uma fachada de contorno arquitetônico clássico. A orla do Jandiá também já experimenta um estágio elevado de comprometimento das obras, denotando que seus humildes usuários terão um logradouro de vida útil curta. Todas essas obras foram anunciadas como paradigmas benfazejos tanto para os gestores que já passaram como para os que ainda viriam a ocupar o trono municipal. São, no entanto, no seu conjunto, a mais clara e perfeita lição de irresponsabilidade na execução das obras públicas, feita com o acompanhamento diuturno das redes sociais.
A irresponsabilidade na execução das obras públicas citadas, cuja onerosidade implica grave e doloso prejuízo ao erário, ainda não teve sequer uma manifestação crítica de seus autores. Há, ainda, o silêncio dos bons e a troça boçal de quem acha que fez tudo certo, fazendo resplandecer, numa imagem de um São José imaginário, nas margens de um grande rio, uma faixa com a frase lapidar de Herman Hesse: “muitos se têm na conta dos perfeitos, porque são pouco exigentes consigo mesmo”.