O conselho da cidade de Mariupol, na Ucrânia, afirmou neste domingo (6) que não foi possível realizar a retirada de um comboio de civis através de um corredor humanitário por causa de um ataque russo. “É extremamente perigoso tirar as pessoas em tais condições”, disse o conselho da cidade em um comunicado on-line. A reabertura de corredores humanitários para saída de civis das cidades de Mariupol e Volnovakha estava prevista para a manhã deste domingo.
“Pela manhã, os corredores humanitários serão novamente abertos tanto em Mariupol quanto em Volnovakha”, havia dito a repórteres Eduard Basurin, vice-chefe da chamada Milícia Popular da República Popular de Donetsk, de acordo com a agência de notícias russa TASS. Os corredores foram desativados no sábado (5) por conta da quebra do cessar-fogo pela Rússia, acusou a Ucrânia. O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou a informação da tentativa para a retirada de 200 mil pessoas de Mariupol.
Um ponto de passagem para saída para civis que tentavam escapar do distrito de Irpin, a oeste de Kiev, capital da Ucrânia, foi atingido na manhã deste domingo. A imprensa internacional estava filmando quando o que parece ter sido dois projéteis de artilharia ou morteiros atingiram o local. O impacto das explosões foi ouvido pelas equipes da CNN em Kiev e nas áreas rurais a sudoeste. Três pessoas foram mortas, dizem autoridades ucranianas, incluindo duas crianças.
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que oito mísseis russos destruíram completamente o aeroporto civil de Vinnytsia, na região oeste do país, neste domingo. O mandatário ucraniano também disse que as forças russas estão se preparando para bombardear a cidade de Odessa, na costa ucraniana do Mar Negro.
“Foguetes contra Odessa? Isso será um crime de guerra”, disse ele em um discurso televisionado.
De acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas), mais de 1,5 milhão de pessoas já deixaram a Ucrânia para países vizinhos.
Diante da troca de acusações sobre um cessar-fogo para permitir a evacuação de civis, a Organização Mundial da Saúde (OMS), afirmou neste domingo (6) que ataques a hospitais foram realizados na Ucrânia.
O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que as ofensivas militares aos centros de saúde “causaram várias mortes e feridos”. A entidade ainda afirmou que investiga outros ataques a hospitais na região.
“Ataques a instalações de saúde ou trabalhadores violam a neutralidade médica e são violações do direito internacional humanitário”, pontuou o diretor-geral da OMS.
Em seu post nas redes sociais, no entanto, Tedros não mencionou nominalmente a Rússia, que realiza uma invasão à Ucrânia há 11 dias.