A deputada destacou que o Pará possui hoje cerca de 250 mil pequenas e micro empresas, que são responsáveis por 49% da geração de empregos. “Nós entendemos a importância disso e achamos necessário dar a oportunidade para que esses pequenos empreendedores possam debater com o Poder Legislativo essa questão. A Audiência Pública é o meio de ouvir a sociedade”, avalia a parlamentar.
Ela ainda compara o desempenho das pequenas e micro empresas com as grandes empresas. ”Enquanto as pequenas e micro geraram 20 mil empregos só em 2018, as chamadas grandes empresas foram responsáveis por apenas 5 mil vagas ou postos de trabalho. É uma diferença muito grande e confirma que o nosso desenvolvimento está nas mãos dos pequenos e micros, que precisam de incentivo”, conclui Nilse.
A professora Nilse destacou o cooperativismo como um dos mecanismos de organização socioeconômica e agente empreendedor, lembrando que a ALEPA já possui a Frente Parlamentar em Defesa do Cooperativismo para contribuir com o setor.
O presidente da Associação de Cooperativas do Brasil no Pará, Ernandes Rayol, apresentou números e formas de atuação do sistema cooperativista, como opção de empreendedorismo mais viável para o cidadão comum, por facilitar o acesso ao crédito e ao acompanhamento técnico para quem quer abrir e gerenciar o próprio negócio.
Joy Colares, presidente do sindicato dos lojistas no Pará, destacou a diferença entre empreender e empresariar, e apontou as motivações para quem se torna um empreendedor. “As pessoas empreendem por necessidade, quando perdem um emprego, ou empreendem por oportunidade, quando buscam algo novo e viabilizam um negócio de sucesso”.
Para ele, o cooperativismo é a melhor opção para quem quer iniciar no empreendedorismo. “Infelizmente, muitas pessoas desconhecem o cooperativismo como opção econômica de desenvolvimento e empreendedorismo. Ainda não temos esse espírito do cooperativismo em nosso estado”, lamenta.
Várias pessoas que vieram para a audiência pública fizeram relatos de como começaram o próprio negócio. Os depoimentos são um incentivo para quem quer se tornar empreendedor e trabalhar por conta própria, como alternativa diante a situação econômica no país.
O bombeiro Ailton Costa veio participar da Audiência Pública como um adepto do cooperativismo e fez um relato de caso. “Qualquer pessoa pode participar de uma cooperativa, especialmente cooperativas de crédito, onde terão acesso a todos os serviços ofertados pelo sistema bancário, com melhores condições, e isso é importante para movimentar a economia”, diz ele.
O desenvolvimento do setor depende da participação não só do Poder Público e dos empreendedores, mas de todos os integrantes do sistema financeiro, como bancos e agências de fomento.
ECONOMIA DE PEQUENOS PARA RESULTADOS GRANDES- Uma importante característica das iniciativas de economia é a veia empreendedora que se faz necessária para a prática da autogestão. A sustentabilidade e a rede de cooperação também caminham lado a lado com esse tipo de empreendimento. No Pará, esse é um conceito ainda em construção e a forma mais comum de empregabilidade dessa prática no estado é o cooperativismo.
As políticas públicas têm papel fundamental ao gerar emprego e renda por meio da economia e programas de incentivo aos pequenos e micro empresários, tirando as pessoas da informalidade, além de ajudar em todas as etapas do processo, no qual essas pessoas se tornam produtoras de empregos e contribuem para a renda de outras famílias e para o crescimento do estado.
A Audiência Pública também contou com a participação da secretária adjunta de recursos especiais da SEPLAN, Renata Coelho; da auditora fiscal da SEFA, Simone Morgado; do presidente da Associação de Cooperativas do Brasil no Pará, Ernandes Rayol; representantes do Banpará, Marcus Cardoso; do SEBRAE, Anderson Carvalho; do sindicato dos combustíveis, Jorge Leoni de Oliveira; e do deputado Ozório Juvenil, que é apoiador do movimento cooperativista de crédito.