O ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, confirmou que haverá troca no comando da Agência Brasileira de Inteligência (Abin). O atual diretor-geral do órgão, Janér Tesch Hosken Alvarenga, que é oficial de inteligência, cargo de carreira, deverá ser substituído nos próximos dias pelo delegado da Polícia Federal (PF) Alexandre Ramagem Rodrigues, que coordenou a segurança da campanha de Jair Bolsonaro no ano passado.
“Quero fazer uma trocar tranquila, passagem de cargo consciente, bem conduzida, pois não há nenhum trauma na história. Apenas uma troca para modificar um pouquinho da filosofia do sistema brasileiro de inteligência”, disse Heleno ao confirmar a mudança. Ele disse ainda que, com o avanço da internet, a atividade de inteligência se tornou mais rápida e a Abin precisa responder a essa demanda.
A declaração foi dada após o fim de uma videoconferência do presidente da República com alunos de uma escola rural em Cavalcante (GO), que passaram a receber conexão de internet banda larga a partir do Satélite Geostacionário de Defesa e Comunicações.
Ramagen Rodrigues passou a ser responsável pela segurança de Bolsonaro após o então candidato à presidência ter sofrido um atentado à faca, em Juiz de Fora (MG), durante a campanha. Ele também comandou a investigação na Polícia Federal que deu origem à operação Cadeia Velha, deflagrada em novembro de 2017, e que prendeu o então deputado estadual do Rio de Janeiro Jorge Picciani, entre outros parlamentares.
A Abin é uma agência da Presidência da República, vinculada diretamente ao Gabinete de Segurança Institucional, comandando por Heleno. O órgão é responsável por fornecer ao presidente da República e ministros informações e análises estratégicas sobre diversas áreas, incluindo questões relativas à segurança do Estado, relações exteriores e defesa externa.