Na última semana, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu a comercialização, distribuição, fabricação, importação, manipulação, propaganda e uso de qualquer tipo de anel medidor de glicose. Em determinação publicada no último dia 2, a agência afirmou que a funcionalidade do produto não tem base científica.
“Nenhum dos produtos tem eficácia comprovada e nem registro sanitário na Anvisa. Além disso, os anúncios utilizam imagens de personalidades famosas para enganar os consumidores”, afirmou a Anvisa em nota.
A proibição acende o alerta para as formas seguras e eficazes de medir a glicose, seja por pessoas com diabetes ou por quem deseja acompanhar o nível de açúcar no sangue. Em nota, a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) alerta que não é necessário agulha para medir a oxigenação e batimento cardíaco, mas, para medição da glicose, é necessário o sangue ou interstício.
“A melhor forma de medir a glicose para diagnóstico de diabetes é por meio de uma coleta de sangue em jejum de pelo menos 8 horas no laboratório”, afirma Fernando Valente, diretor da SBD, à CNN.
“Para quem já tem diabetes, a forma mais rápida é a medição da glicose através de uma picada na ponta do dedo, chamada de glicemia capilar. Alternativamente, quem tem diabetes pode estimar a glicose através de um sensor colocado na parte posterior do braço”, completa.
Com qual frequência é necessário medir a glicose?
A frequência para medir a glicose no sangue vai depender de cada pessoa e de seu quadro de saúde. Uma pessoa com diabetes tipo 1, por exemplo, faz uso de insulina antes de cada refeição. Mas, para isso, é necessário medir a glicose na ponta do dedo, ou através do sensor de glicose, pelo menos, quatro vezes por dia, segundo Valente.
“A mesma frequência é indicada para gestantes com diabetes tratadas com insulina e para uma minoria das pessoas com diabetes tipo 2 que usam os dois tipos de insulina [de ação lenta e de ação rápida]”, afirma o especialista.
Já a pessoa com diabetes tipo 2 que usa apenas insulina de ação lenta pode medir a glicose com uma frequência menor (uma vez ao dia), a depender do risco de hipoglicemia e da estabilidade do tratamento.
“Se a pessoa com diabetes tipo 2 não usar insulina, como a maioria dos casos, a glicemia pode ser medida de duas a três vezes por semana, mas deve ser realizada com frequência mais em situações específicas: suspeita de hipoglicemia, mudança de medicação que aumente risco de hipoglicemia (ex.: sulfonilureias), durante doença aguda, início de terapia com agentes que causem hipoglicemia ou quando necessário para educação e ajuste de estilo de vida”, orienta Valente.
Pacientes com controle estável (glicemias dentro das metas, sem medicações hipoglicemiantes), a monitorização menos frequente é aceitável, de acordo com o especialista.
Por fim, o exame de sangue de glicemia pode ser realizado a cada seis meses por quem tem diabetes compensado, ou seja, está com os exames dentro das metas e sem sintomas. “Quem estiver acima das metas ideais, deve fazer a cada três meses”, aconselha Valente.
Já para quem não tem diabetes, a frequência do exame de sangue pode variar de acordo com a predisposição para desenvolver a doença, de acordo com o especialista. “Deve ser anual para aqueles com predisposição maior. Por exemplo, quem tem 35 anos ou mais, ou quem tem excesso de peso e algum fator de risco, como pressão alta, colesterol alto, fumo, pré-diabetes, história pessoal de diabetes na gestação ou familiar com diabetes). Para os jovens sem fatores de risco, pode ser a cada três anos”, afirma.
Fonte: CNN