À medida que envelhecemos, é comum que a rotina alimentar mude, tanto na quantidade quanto nos tipos de alimentos consumidos. Mas uma nova pesquisa mostra que não é apenas o que se come que importa, mas também a hora em que cada refeição é feita.
O estudo, publicado na revista Communications Medicine nesta quinta-feira (4/9), analisou quase três mil pessoas durante duas décadas e revelou que atrasar refeições, especialmente o café da manhã, pode estar ligado a problemas de saúde físicos e mentais e até ao risco de morte precoce.
Os pesquisadores do Mass General Brigham, dos Estados Unidos, em colaboração com instituições internacionais, acompanharam adultos com idades entre 42 e 94 anos no Reino Unido. Eles observaram que, com o envelhecimento, os participantes tendiam a tomar café da manhã e a jantar mais tarde, além de reduzir a janela de tempo em que se alimentavam ao longo do dia.
O atraso do café da manhã apareceu repetidamente associado a condições como depressão, fadiga, pior qualidade do sono e até problemas bucais. A pesquisa também identificou que a dificuldade para preparar refeições estava entre os fatores que levavam a mudanças no horário de comer.
Outro dado relevante é que aqueles com o hábito de iniciar o dia mais tarde, tanto por predisposição genética quanto por estilo de vida, também tendiam a fazer suas refeições em horários mais tardios. Esse padrão, no entanto, foi associado ao aumento do risco de mortalidade ao longo do acompanhamento.
“O café da manhã pode ter um peso ainda maior na rotina da terceira idade. Nossas descobertas mostram que ele não é apenas importante para começar o dia, mas também pode refletir a saúde geral e a expectativa de vida do idoso”, afirma Hassan Dashti, principal pesquisador do estudo, em comunicado.
Implicações para o envelhecimento saudável
Segundo os autores, mudanças no horário das refeições podem servir como um sinal de alerta precoce sobre a saúde física e mental dos idosos. A recomendação é que pacientes e médicos fiquem atentos a essas alterações como possíveis indicadores de problemas que merecem investigação.
Além disso, incentivar horários consistentes para as refeições pode se tornar uma estratégia importante para promover um envelhecimento mais saudável.
Os pesquisadores destacam ainda que os achados trazem uma nova perspectiva em um momento em que dietas como o jejum intermitente estão em alta, já que os efeitos desse tipo de prática podem ser diferentes em idosos quando comparados a adultos jovens.
Fonte: Metrópoles